domingo, 19 de agosto de 2007

apostila de língua portuguesa

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ








DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL



PROFESSOR MAURO SIMÕES DE SANTANA






2º SEMESTRE/2007





EMENTA

Disciplina: Comunicação Empresarial

Objetivos:
1. Ter consciência de que a língua portuguesa é oficial do Brasil e, portanto, instrumento padrão de comunicação e expressão em território nacional;
2. Utilizar os conhecimentos de língua para decodificar e codificar textos de tipos variados;
3. Compreender e produzir redações técnicas, administrativas, oficiais e comerciais eficientemente.

Ementa:
Fatos gramaticais: reescritura de textos, sintaxe das relações, sistema ortográfico. Sistema ortográfico. Técnicas de Redação: qualidade do texto, defeitos estilísticos, o texto técnico.
PROGRAMA DETALHADO:
1.0- Tópicos Gramaticais

concordância nominal e verbal,
regência nominal e verbal,
emprego do acento significativo da crase,
regência preposicional do pronome relativo,
topologia pronominal, uso dos sinais de pontuação

1.1-. Sistema Ortográfico
Emprego das letras
Homonímia e Paronímia
Acentuação gráfica

2.0- Técnicas de Redação:

2.1. Qualidade do Texto:
Organização de frases e parágrafos
Coerência, clareza e concisão
Argumentação
Adequação lingüística
Intenção comunicativa

2.2. Defeitos Estilísticos:
Redundâncias
Adjetivação excessiva
Projeção da linguagem oral
Uso de clichê
truísmo
2.3. O Texto Técnico:
Carta comercial: ata, email, requerimento, ofício, aviso.
ÍNDICE

Parte I – tópicos gramaticais

1.0- Alguns erros mais comuns 04
2.0- Regras de acentuação gráfica 10
3.0- Significação das palavras 12
4.0- Orientações ortográficas 13
5.0- Concordância verbal 14
6-0- Concordância nominal 18
7.0- Regência Verbal 21
8.0- Crase 28
9.0- Pontuação 31

Parte II- Organização textual

1.0- Coerência 36
2.0- Aprimoramento lingüístico 41
3.0- O parágrafo como unidade de composição 42
3.1- Tópico frasal 43
3.2- Iniciando o parágrafo 44
3.3- Desenvolvendo o parágrafo 44

Parte III- Redação técnica

1.0- Economia verbal 46
2.0- Pronomes de tratamento 48
3.0- A carta comercial 49
4.0-Tipos de carta comercial 52
4.1- Ofício 52
4.2- Relatório 54
4.3- Aviso 55
4.4- Email 58
4.5- Requerimento 59
4.6- Ata 61

Parte IV- Leitura e interpretação de texto 62

Bibliografia 68
Dados pessoais e contatos 68











Parte I – Tópicos Gramaticais


1.0- Alguns erros mais comuns

Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada.Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.

1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.

2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.

5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

8 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.

9 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

10 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.


11 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).

12 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.

13 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.

14 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.

15 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

16 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.

17 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

18- Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.

19 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

20 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.

21 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.

22 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

23 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.

24 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.

25 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.

26 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

27 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.

28 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.

29 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

30 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

31 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.

32 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

33 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

34 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

35 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

36 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)

37 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.

38 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.

39 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.

40- Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).

41 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.

42- A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.

43 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

44 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

45 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.

46 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

47 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...

48 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.

49 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.

50 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

51 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

52 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.

53 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

54 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.

55 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.

56 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...

57 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

58 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.

59 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

60 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.





Exercícios
1- Complete as lacunas utilizando corretamente as expressões abaixo:

A fim de (= para), afim (= que tem afinidade)
De repente, por isso (sempre separados)

1 –
2 –
3 –
4 – Como são pessoas _______________, vão ao juiz ________________ se casarem.
O carro estava sem gasolina, _________________ parou.
Lutamos hoje ____________ que nossos filhos vivam melhor amanhã.
Nossos interesses são ________________; ______________ nos associamos.

2– Complete as lacunas substituindo a palavra em destaque pelo seu antônimo:

Mal (se o contrário é bem); mau (se o contrário é bom)

1 –
2 –
3 –
4 –
5 –
6 – Ontem acordei de bom humor. Hoje acordei de __________ humor.
Fiquei em boa situação. Fiquei em ________ situação.
Isso é bom olhado. Isso é ________ olhado.
Teve boa educação, porém fez _____-criação.
Tudo foi bem entendido? Não, houve um _______ entendido.
Caí de bom jeito, não de _______ jeito.
3 – Complete com mas ou mais, conforme convenha:

Mas (= porém); mais (= grandeza, aumento)

1 –
2 –
3 –
4 –
5 –
6 -
7 –
8 –
9 –
10 – É __________ esperta do que a outra, _________ não a engana.
São ______ novas, ________ parecem _________ velhas.
Tenha _________ amor e menos confiança, _________ não desconfie de mim.
Dou-lhe muita vitamina, ________ ele não cresce, por ________ que eu faça.
Chegaram _________ alunos hoje.
O mar parecia furioso, ________ estava belo.
Cheguei ________ cedo.
Antigamente estudava-se __________.
Ele trabalhava muito, _______ continuava pobre.
Não é ________ diretor.



4 – Empregue adequadamente porque, porquê, por que e por quê:




1 –
2 –
3 –
4 –
5 –
6 –
7 –
8 –
9 –
10 –
11 –
12 –
13 –
14 –
15 – Não sabes ______________?
Não sabes o ________________ da dúvida.
Foi tragado pelas águas ________________ não sabia nadar.
Foste com eles _______________?
_______________ viajaste?
_________________ choras sem razão?
É nobre a causa ______________ lutava.
Ignoro as razões _______________ saíste cedo.
Quem poderá conhecer o _________________ das coisas?
O futuro _______________ anseias está próximo.
Seremos punidos _________________ transgredimos a lei.
Ninguém o atendia ________________ exigia soluções impossíveis.
________________ não me avisaste mais?
Tu me delataste ________________?
________________ me abandonaste?

5 – Complete com eu ou mim,: Eu – antes de verbo (sujeito); mim – quando não é sujeito ou quando complementa o sentido de adjetivos como difícil e impossível.

1- Para _____________, todos são iguais.
2- Por _____________, todos devem entrar.
3- Por _____________ ser nervoso, não me saí bem.
4- É muito cedo para _______________.
5- Entre ____________ e você há bom diálogo.
6- Entre ____________ pedir e vocês atenderem, há diferença.
7- Entre ____________ e você não há mais amor.
8- Entre você e ____________ há muitos obstáculos
9- Perante ____________ , ninguém fala mal de você.



2.0- Regras de acentuação gráfica


1-Oxítonas – Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em a(s), e(s), o(s), em, ens.

Exemplos: está – estás – você – vocês – avó – avós – alguém – parabéns

2-Proparoxítonas – Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.

Exemplos: pêssego- médico – tecnológico

3- Paroxítonas – Acentuam-se graficamente as palavras paroxítonas terminadas em l, i(s), n, us, um, uns, r, x, ã(s), ao(s) os e ditongo oral seguido ou não de s.

Exemplos: móvel – táxi – lápis – vírus – álbum – repórter – tórax – ímãs – órgão - fórceps - vício.

4-Ditongos abertos – Acentuam-se os ditongos abertos éi, éu, ói

Exemplos: idéia - céu - apóio.

5-Hiatos – Acentuam-se o i e o u tônicos dos hiatos quando formarem sílabas sozinhos ou quando seguidos de s.

Exemplos: saída – juízes- baú – saída – egoísta – caíste

Obs: Não se acentuam o i e o u tônicos do hiato quando vierem seguidos de outra letra diferente de s na mesma sílaba ou de nh na sílaba seguinte.

Exemplos: Saul, juiz, caiu, ruim, ainda, rainha, moinho.

6-ôo- Coloca-se acento circunflexo no primeiro o tônico do hiato ôo.

Exemplo: vôo – magôo – enjôo – abençôo.

7-Ter, vir, crer, dar, ler, ver e seus compostos – Acentua-se a 3ª pessoa do plural do indicativo dos verbos ter e vir e seus compostos. Acentua-se o primeiro e tônico do hiato final em –êem, que ocorrem nos verbos crer, dar, ler, ver e seus composto.

Exemplos: eles têm – eles retêm – elas vêm
Eles crêem – eles dêem – eles lêem, eles vêem

8-Acento diferencial – Usado para diferenciar palavras.

Exemplo: pôde – pode / para – pára / pôr – por

9- Monossílabos – Devem ser acentuados os monossílabos tônicos terminados em: a(s), e(s), o(s).

Exemplos: cá, lá, já, pé, lê, fé, só, pó, dó

Exercícios

1- Assinale a alternativa que completa corretamente as frases.
Normalmente ela não ........em casa.
Não sabíamos onde .......... os discos.
De algum lugar ........ essas idéias.

a- pára, pôr, provém b- para, pôr, provêm c- pára, por, provêem
d- pára, pôr, provêm e- para, por, provém

2- Indique a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos.
a- paletó, avô, pajé, café, jiló b- parabéns, vêm, hífen, saí, oásis
c- vovô, capilé, Paraná, lápis, régua d- amém, amável, filó, porém, além
e- caí, aí, ímã, ipê, abricó

3- Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!

Com o substantivo acendedor no plural, escreveríamos os dois primeiros versos assim:

a- Lá veem os acendedores de lampiões da rua / Estes mesmos que vêem infatigavelmente
b- Lá vêem os acendedores de lampiões da rua / Estes mesmos que vêem infatigavelmente
c- Lá vêm os acendedores de lampiões da rua / Estes mesmos que vêm infatigavelmente
d- Lá vêem os acendedores de lampiões da rua / Estes mesmos que vêm infatigavelmente
e- Lá vêm os acendedores de lampiões da rua / Estes mesmos que vêem infatigavelmente

4- São acentuadas graficamente pela mesma razão as palavras da opção:
a- há , até, atrás b- história, ágeis, você
c- está, até, você d- ordinário, apólogo, insuportável

5- Estas revistas que eles......., ........ artigos curtos e manchetes que todos......
a- lêem, tem, vêem b- lêm, têem, vêm c- lêem, têm, vêem
d- lêem, têm, vêm e- lêm, tem, vêem



3.0-Significação das palavras

Quanto à significação, as palavras podem ser:

1- sinônimas – quando apresentam sentidos semelhantes: falece e morrer; belo e bonito.
2- antônimas – quando têm significação oposta: triste e alegre; bondade e maldade
3- homônimas – quando são escritas ou pronunciadas de modo idêntico mas são diferentes quanto ao significado. Exemplos:
verão (estação) – verão (do verbo ver)
são (sadio) – são (do verbo ser)
censo ( recenseamento) – senso (juízo)
cassar (anular) – caçar (apanhar)
cessão(do verbo ceder) – sessão (reunião) – seção (divisão)
acento (sinal gráfico) – assento (lugar onde se assenta)
cerrar (fechar) – serrar(cortar)
cela ( aposento) – sela(arreio)

4- parônimas – quando as palavras se assemelham na forma e no som, mas têm significados diferentes. Exemplos:
descriminar (inocentar) – discriminar (distinguir)
discente(relativo a alunos) – docente (relativo a professor)
descrição(exposição falada ou escrita) – discrição (reserva)
comprimento(extensão) – cumprimento(saudação)
eminente (importante) – iminente (imediato)


4.0- Orientações ortográficas

1-Sabendo-se que terminam em izar os verbos derivados de palavras cujo radical não termina em s, e em isar os verbos derivados de palavras cujo radical termina em s, preencha as lacunas a seguir com isar ou izar.

1- pesqu_____ 2- agon____ 3- civil____ 4- bat____
5- democrat____ 6- catequ___ 7- al___ 8- paral___
9- desl____ 10- anali___

2- Sabendo-se que se escrevem com eza os substantivos derivados de adjetivos e com esa os substantivos não derivados de adjetivos, preencha as lacunas a seguir com uma dessas terminações.

1- Baron____ 2- princ____ 3- asper___ 4- chin___
5- fri___ 6- alt___ 7- duqu____ 8- mol____

3- Os substantivos que derivam de adjetivos terminam em ez e os que não derivam terminam em ês . Preencha as lacunas com uma dessas terminações.

1- arid___ 2- marqu___ 3- fregu__ 4- campo___ 5- viuv__ 6- acid___
7- escass___ 8- mud__ 9- xadr__ 10- burg__

4- Grafe x ou ch nas lacunas a seguir, conforme convenha.
1-cai__a 3-__u__u 5- en__ergar 7- __ícara
2- me__er 4- pu__ar 6- en__ente 8- rebai__ar

5- Escreva os substantivos terminados em cão, são ou ssão correspondentes a cada um dos verbos dados a seguir.
5- divertir
1- proteger 3- pretender 6- embarcar
2- deter 4- agredir 7- transmitir

6- Escreva com c, ç, s, sc, sc, x ou xc nas lacunas a seguir.

1- e__e__ão 4- ne__e__idade 7- e__tensão 10-di__iplina
2- a___en__ão 5- ma__i__o 8- e__tender 11- e__e__o
3- pi__ina 6- gira__ol 9- cre__cer 12- e__ca__o

7- Escreva g ou j nas lacunas a seguir.

1- al__ema 3- __iló 5- pa__é 7- ma__estade
2- __eito 4- gor__eta 6- ti__ela 8- estran__eiro

8- Sublinhe a(s) forma(s) corretas em cada par dado a seguir.

1- astigmatismo - estigmatismo 2- enfarte – enfarto
3- mendigo – mendingo 4- mortadela – mortandela
5- assovio – assobio 6- disenteria – desinteria
7- rúbrica – rubrica 8- gratuito – gratuíto

5.0- Concordância verbal
• sujeito simples - verbo concorda com o sujuito simples em pessoa e número
Ex.: uma boa Constituição é desejada por todos os brasileiros / de paz necessitam as pessoas
• sujeito coletivo (sing. na forma com idéia de pl) - verbo fica no singular, concordando com a palavra escrita não com a idéia
Ex.: o pessoal já saiu.
• sujeito é um pronome de tratamento - verbo fica na 3ª pess
Ex.: Vossa Senhoria não é justo / Vossas Senhorias estão de acordo comigo
• expressão mais de + numeral - verbo concorda com o numeral
Ex.: mais de um candidato prometeu melhorar o país / mais de duas pessoas vieram à festa
Observações
mais de um + se (idéia de reciprocidade) - verbo no plural (mais de um sócio se insultaram)
mais de um + mais de um - verbo no plural (mais de um candidato, mais de um representante faltaram à reunião)
• expressões perto de, cerca de, mais de, menos de + suj. no pl. - verbo no plural
Ex.: perto de quinhentos presos fugiram / cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio / mais de mil vozes pediam justiça / manos de duas pessoas fizeram isto
• nomes só usados no plural - a concordância depende da presença ou não de artigo
o sem artigo - verbo no singular (Minas Gerais produz muito leite / férias faz bem)
o precedidos de artigo plural - verbo no plural ("Os Lusíadas" exaltam a grandeza do povo português / as Minas Gerais produzem muito leite)
o
• quem - verbo na 3ª pessoa do sing. concordando com o pronome quem ou concorda com o antecedente
Ex.: fui eu quem falou (falei) / fomos nós quem falou (falamos)
• que- verbo concorda sempre com o antecedente
Ex.: fomos nós que falamos
• sujeito composto anteposto ao verbo - verbo no plural
Ex.: o anel e os brincos sumiram da gaveta
• com núcleos sinônimos - verbos no singular ou plural (o rancor e o ódio cegou o amante / o desalento e a tristeza abalaram-me)
• com núcleos em gradação - verbo sing. ou plural (um minuto, uma hora, um dia passa/passam rápido)
• dois infinitivos como núcleos - verbo no singular (estudar e trabalhar é importante
• dois infinitivos exprimindo idéias opostas - verbo no plural (rir e chorar se alternam)
• sujeito composto posposto - concordância normal ou atrativa com o núcleo mais próximo (discutiram/discutiu muito o chefe e o funcionário)
Observação
se houver idéia de reciprocidade, verbo vai para o plural (estimam-se o chefe e o funcionário)
quando o verbo ser está acompanhado de substantivo plural, o verbo também se pluraliza (foram vencedores Pedro e Paulo)
• sujeito composto de diferentes pessoas gramaticais - depende da pessoa prevalente
o eu + outros pronomes - verbo na 1ª pessoa plural (eu, tu e ele sairemos)
o tu + eles - verbo na 2ª pessoa do plural (preferência) ou 3ª pessoa do plural (tu e teu colega estudastes/estudaram?)
Observação
se o sujeito estiver posposto, também vale a concordância atrativa (saímos/saí eu e tu)

• expressão um e outro - verbo no singular ou no plural (um e outro falava/falavam a verdade)
Observação
com idéia de reciprocidade - verbo no plural (um e outro se agrediram)
• expressão um ou outro - verbo no singular (um ou outro rapaz virava a cabeça para nos olhar)
• sujeito composto ligado por nem - verbo no plural (nem o conforto, nem a glória lhe trouxeram a felicidade)
• expressão nem um nem outro - verbo no singular (nem um nem outro comentou o fato)
• sujeito composto ligado por ou - faz-se em função da idéia transmitida pelo ou
o idéia de exclusão - verbo no singular (José ou Pedro será eleito para o cargo / um ou outro conhece seus direitos)
o idéia de inclusão ou antinomia - verbo no plural (matemática ou física exigem raciocínio lógico / riso ou lágrimas fazem parte da vida)
o idéia explicativa ou alternativa - concordância com sujeito mais próximo (ou eu ou ele irá / ou ele ou eu irei)
• expressão um dos que - verbo no singular (um) ou plural (dos que)
Ex.: ele foi um dos que mais falou/falaram
• sujeito é número percentual - observar a posição do número percentual em relação ao verbo
o verbo concorda com termo posposto ao número (80% da população tinha mais de 18 anos / dez por cento dos sócios saíram da empresa)
o o verbo concorda com o número quando estiver anteposto a ele (perderam-se 40% da lavoura)
o verbo no plural, se o número vier determinado por artigo ou pronome no plural (os 87% da produção perderam-se / aqueles 30% do lucro obtido desapareceram)
• sujeito é número fracionário - verbo concorda com o numerador
Ex.: 1/4 da turma faltou ontem / 3/5 dos candidatos foram reprovados
• sujeito composto ligado por com - observar presença ou não de vírgulas
o verbo no plural sem vírgulas (eu com outros amigos limpamos o quintal)
o verbo no singular com vírgulas, idéia de companhia (o presidente, com os ministros, desembarcou em Brasília)

• verbos indicadores de fenômenos da natureza - verbo na 3ª pessoa singular por serem impessoais, extensivo aos auxiliares se estiverem em locuções verbais
Ex.: geia muito no Sul / choveu por muitas noites no verão
• haver = existir ou acontecer, fazer (tempo decorrido) é impessoal
Ex.: havia vários alunos na sala (=existiam) / houve bastantes acidentes naquele mês (=aconteceram) / não a vejo faz uns meses (=faz) / deve haver muitas pessoas na fila (devem existir)

Observações
considera-se errado o emprego do verbo ter por haver quando tiver sentido de existir ou acontecer (J há um lugar ali / L tem um lugar ali)
os verbos existir e acontecer são pessoais e concordam com seu sujeito (existiam sérios compromissos / aconteceram bastantes problemas naquele dia)
• verbo fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno da natureza (impessoal)- fica no singular.
Ex.: fazia anos que não vínhamos ao Rio / faz verões maravilhosos nos trópicos
• verbo ser - impessoal quando indica data hora e distância, concordando com a expressão numérica ou a palavra a que se refere (eram seis horas / hoje é dia doze / hoje é ou são doze / daqui ao centro são treze quilômetros)
o se estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em ordem, concordará, preferencialmente, com a classe que tiver prioridade, independente de função sintática.
pronome pessoal > pessoa > subst. concreto > subst. abstrato > pronome indef, demonstr ou interrog
Ex.: Tu és Maria / Maria és tu / Tu és minhas alegrias / Minhas alegrias és tu / Maria é minhas alegrias / Minhas alegrias é Maria / As terras são a riqueza / A riqueza são as terras / Tudo são flores / Emoções são tudo


Exercícios

1-Complete as frases seguintes com a forma apropriada dos verbos entre parênteses.

a- Quantos de nós _______de tudo e __________ calar-se? (saber/preferir)
b- Poucos dentre nós_________realmente dignos do cargo que ________. (ser/ocupar)
c- Qual de nós ___________ isso? (fazer)
d- Os Estados Unidos _________ intervir no conflito iugoslavo. (decidir)
e- Alagoas _____ praias belíssimas. (ter)
f- 40% dos participantes nunca _________ de um concurso antes. (haver participado)
g- 1% dos entrevistados ____________ seu voto. (negar-se a declarar)
h- Fui eu que ________ esses pacotes. (trazer)
i- Não fui eu quem ______esses presentes. (comprar)
j- A dignidade ou a cidadania ____________ de nós um país melhor. (fazer)
k- Nem a omissão da maioria, nem a corrupção impune __________a qualquer projeto da nação. (conduzir)
l- Nem um nem outro vereador _________a presidência da câmera. (ocupar)
m- Não apenas o menor abandonado mas também o menor carente ________ direito à educação. (ter)
n- ________ problemas durante a viagem. (haver)
o- Tudo _____ tristezas naquela tarde. (ser)
p- Hoje ____dia trinta de setembro. (ser)
q- Vinte milhões _____ muito. (ser)
r- Já _____ muitos anos que não se fabrica essa peça. (fazer)


6.0-Concordância nominal
Na concordância nominal, os determinantes do substantivo (adjetivos, numerais, pronomes adjetivos e artigos) alteram sua terminação (gên. e nº) para se adequarem a ele, ou a pronome substantivo ou numeral substantivo, a que se referem na frase.
O problema da concordância nominal ocorre quando o adjetivo se relaciona a mais de um substantivo, e surgem palavras ou expressões que deixam em dúvida.
• Observe estas frases:
o Aquele beijo foi dado num inoportuno lugar e hora.
o Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportuna.
o Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportunos. (aqui fica mais claro que o adj. refere-se aos dois subst.)
• Regra geral - a partir desses exemplos, pode-se formular o princípio de que o adjetivo anteposto concorda com o substantivo mais próximo. Mas, se o adjetivo estiver depois do substantivo, além da possibilidade de concordar com o mais próximo, ele pode concordar com os dois termos, ficando no plural, indo para o masculino se um dos substantivos for masculino.
Observação
um adjetivo anteposto em referência a nomes de pessoas deve estar sempre no plural (As simpáticas Joana e Marta agradaram a todos)
• Quando um substantivo determinado por artigo é modificado por dois ou mais adjetivos, podem ser usadas as seguintes construções:
Exs.: Estudo a cultura brasileira e a portuguesa / Estudo as culturas brasileira e portuguesa / Os dedos indicador e médio estavam feridos / O dedo indicador e o médio estavam feridos
• Adjetivos regidos pela preposção de, que se referem a pronomes indefinidos, ficam normalmente no masculino singular, podendo surgir concordância atrativa
Exs.: sua vida não tem nada de sedutor / os edifícios da cidade nada têm de elegantes
• anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio - são adjetivos ou pronomes adjetivos, devendo concordar com o substantivo a que se referem
Exs.: O livro segue anexo / A fotografia vai inclusa / As duplicatas seguem anexas / Elas mesmas resolveram a questão
Observação
mesmo = até, inclusive é invariável (mesmo eles ficaram chateados) / expressão "em anexo" é invariável.
• meio, bastante, menos - meio e bastante, quando se referem a um substantivo, devem concordar com esse substantivo. Quando funcionarem como advérbios, permanecerão invariáveis. "Menos" é sempre invariável.
Exs.: Tomou meia garrafa de vinho / Ela estava meio aborrecida / Bastantes alunos foram à reunião / Eles falaram bastante / Eram alunas bastante simpáticas / Havia menos pessoas vindo de casa
• muito, pouco, longe, caro, barato - podem ser palavras adjetivas ou advérbios, mantendo concordância se fizerem referência a substantivos
Exs.: Compraram livros caros / Os livros custaram caro / Poucas pessoas tinham muitos livros / Leram pouco as moças muito vivas / Andavam por longes terras / Eles moram longe da cidade / Eram mercadorias baratas / Pagaram barato aqueles livros
• é bom, é proibido, é necessário - expressões formadas do verbo ser + adjetivo Não variam se o sujeito não vier determinado, caso contrário a concordância será obrigatória.
Exs.: Água é bom / A água é boa / Bebida é proibido para menores / As bebidas são priobidas para menores / Chuva é necessário / Aquela chuva foi necessária
• só = sozinho (adjetivo - var.) / só = somente, apenas (não flexiona)
Exs.: Só elas não vieram / Vieram só os rapazes.
Observação
forma a expressão "a sós" (sozinhos)
• locução adverbial "a olhos vistos" (= visivelmente) - invariável (ela crescia a olhos vistos)
• conforme = conformado (adj. - var.) / conforme = como (não flexiona)
Exs.: Eles ficaram conformes com a decisão / Dançam conforme a música
• o (a) mais possível (invar.) / as, os mais possíveis (é uma moça a mais bela possível / são moças as mais belas possíveis)
• particípios - concordam como adjetivos.
Exs.: A refém foi resgatada do bote / Os materiais foram comprados a prazo / As juízas tinham iniciado a apuração
• haja vista - não se flexiona, exceto por concordância atrativa antes de substantivo no plural sem preposição
Exs.: Haja vista (hajam vistas) os comentários feitos / Haja vista dos recados do chefe
• pseudo, salvo (=exceto) e alerta não se flexionam
Exs.: Eles eram uns pseudo-sábios / Salvo nós dois, todos fugiram / Eles ficaram alerta.
Exercícios

1- Complete as frases seguintes com a forma apropriada do determinante colocado entre parênteses. Indique os casos em que mais de uma concordância é possível.

a- Sempre o vejo usando óculos _______ (escuro)
b- Conheço todos os países _______ (latino-americano)
c- É um estudioso das culturas ___________ (latino-americano)
d- _______ atitude e comportamento são _______ (seu/inaceitável)
e- Viam-se ao longe ______ mangueiras e abacateiros. (alto)
f- É um especialista em animais e plantas ___________ (marinho)
g- É um especialista em língua e literatura _______ (francês)
h- Considero ___________ as atividades da comissão. (indispensável)
i- Eles _______ comunicaram à atriz que ela _______ teria de tomar as providências necessárias. (mesmo/mesmo)
j- As funcionárias garantiram que elas _______ iriam fiscalizar para que seus documentos seguissem ____________ à ficha de cadastro. (mesmo/anexo)
k- A foto pedida segue ________ à ficha de cadastro. (incluso)
l- Favor enviar ______ os documentos solicitados. (anexo)
m- Acho que a goiabada que comemos estava _______ estragada. (meio)
n- Faz uma hora e _______ que ele está esperando. (meio)
o- A situação do país é _______ preocupante: ___________ famílias tiveram de vender suas terras e migrar para os centros urbanos. (bastante/bastante)
p- Faça tudo com ______ rapidez e esteja aqui antes de ____ -dia e ______.(bastante/meio/meio)





7.0- Regência verbal

Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal.
A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre).
• Alguns verbos e seu comportamento:

o ACONSELHAR (TD e I)
Ex.: Aconselho-o a tomar o ônibus cedo / Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo
o AGRADAR
No sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição).
Ex.: Agrado minhas filhas o dia inteiro / Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.
No sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a").
Ex.: As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.
o AGRADECER
TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Ex.: Agradecer-lhe-ei os presentes / Agradeceu o presente ao seu namorado
o AGUARDAR (TD ou TI)
Ex.: Eles aguardavam o espetáculo / Eles aguardavam pelo espetáculo.
o ASPIRAR
No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição)
Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.
No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a")
Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol
Observação
não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)
o ASSISTIR
No sentido de ver ou ter direito (TI - prep. A).
Ex.: Assistimos a um bom filme / Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.
No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a prep. A)
Ex.: Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos. / Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.
No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.
Ex.: Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília..
Observação
não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)
o ATENDER
Atender pode ser TD ou TI, com a prep. a.
Ex.: Atenderam o meu pedido prontamente. / Atenderam ao meu pedido prontamente.
No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto
No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a
Observação
se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os)

o CHAMAR
TD, quando significar convocar.
Ex.: Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.
TI, com a prep. POR, quando significar invocar.
Ex.: Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.
TD e I, com a prep. A, quando significar repreender.
Ex.: Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula / Chamei-o à atenção.
Observação
A expressão "chamar a atenção de alguém" não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam)
Pode ser TD ou TI, com a prep. A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto) pode vir precedida da prep. DE, ou não.
Ex.: Chamaram-no irresponsável / Chamaram-no de irresponsável / Chamaram-lhe irresponsável / Chamaram-lhe de irresponsável.
o CHEGAR, IR (Intrans.)
Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação.
Esses verbos exigem a prep. A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência.
Observação
quando houver a necessidade da prep. A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá crase (Vou à Bahia)
no emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM
Ex.: Cheguei tarde à escola. / Foi ao escritório de mau humor.
se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.
Ex.: Se for eleito, ele irá para Brasília.
quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.
Ex.: Cheguei no ônibus da empresa. / A delegação irá no vôo 300.

o CUSTAR
No sentido de ser difícil será TI, com a prep. A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto.
Ex.: Custou-me acreditar em Hipocárpio. / Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.
No sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a prep. A.
Ex.: Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família
No sentido de ter preço será intransitivo
Ex.: Estes sapatos custaram R$50,00.

o ESQUECER, LEMBRAR
quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.
Ex.: Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó
constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome
Ex.: Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante

o IMPLICAR
TD e I com a prep. EM, quando significar envolver alguém.
Ex.: Implicaram o advogado em negócios ilícitos.
TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar.
Ex.: Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade / Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.
TI com a prep. COM, quando significar antipatizar.
Ex.: Não sei por que o professor implica comigo.
Observação
Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios)
o INFORMAR (TD e I)
Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.
Ex.: Informei-o de que suas férias terminou / Informei-lhe que suas férias terminou

o OBEDECER, DESOBEDECER (TI)
Ex.: Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?
Observação
verbos TI que admitem formação de voz passiva
o PAGAR, PERDOAR
São TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Ex.: Paguei a conta ao Banco / Perdôo os erros ao amigo
Observação
as construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais
o PEDIR (TD e I)
Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.
Ex.: Pediram-lhe perdão / Pediu perdão a Deus.

o PREFERIR (TD e I)
Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.
Ex.: Preferia um bom vinho a uma cerveja.
o PROCEDER
TI, com a prep. A, quando significar dar início ou realizar.
Ex.: Os fiscais procederam à prova com atraso. / Procedemos à feitura das provas.
TI, com a prep. DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.
Ex.: O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu. / Esta madeira procede do Paraná.
Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter fundamento.
Ex.: Suas palavras não procedem! / Aquele funcionário procedeu honestamente.
o QUERER
No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD)
Ex.: Quero meu livro de volta / Sempre quis seu bem
No sentido de querer bem, estimar (TI - prep. A).
Ex.: Maria quer demais a seu namorado. / Queria-lhe mais do que à própria vida.
RESPONDER
TI, com a prep. A, quando possuir apenas um complemento.
Ex.: Respondi ao bilhete imediatamente / Respondeu ao professor com desdém.
Observação
nesse caso, não aceita construção de voz passiva.
TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)
Ex.: Ele apenas respondeu isso e saiu.

o VISAR
No sentido de ter em vista, objetivar (TI - prep. A)
Ex.: Não visamos a qualquer lucro. / A educação visa ao progresso do povo.
No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)
Ex.: Ele visava a cabeça da cobra com cuidado / Ele visava os contratos um a um.
Observação
se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s)


Exercícios

1- Em cada item você encontrará uma frase típica da linguagem coloquial. Adapte cada uma delas à regência verbal da língua culta.

a- Não se aborreça comigo, querida: eu lhe amo muito.
b- Desde que lhe vi, ando muito satisfeito.
c- Eu não me simpatizo muito com essas pessoas.
d- Respondi o bilhete que você me mandou.
e- Se Deus lhe ajudar, tudo vai dar certo.
f- Eu não obedeço meus pais.
g- Assisti o jogo de camarote.
h- Prefiro ficar aqui do que ir com você.
i- Preferimos dormir que trabalhar.
j- Nunca esqueci de tudo o que passamos juntos.
k- Custamos muito para perceber o que estava acontecendo.
l- Ele custou para chegar.
m- Cidadania implica em direitos e deveres.
n- Conclui-se que as atuais condições do sistema escolar público implicarão em maior evasão de alunos a curto e médio prazos.
o- Ele procedeu o exame das prova.

2- É preciso acrescentar uma preposição a cada uma das frases seguintes para que se tornem adequadas ao padrão culto da língua portuguesa. Faça esse acréscimo.

a- Não se esqueça que você tem obrigação de colaborar com seus colegas.
b- O último filme que assisti me deixou muito impressionado.
c- É um senhor muito simpático, que todos querem muito.
d- A saída que aspiramos ainda está um pouco longe.
e- A lei que ele se recusa a obedecer já existe há mais de trinta anos.
f- A estabilidade que se visa com as novas regras econômicas parece ainda distante.

3- Substitua a expressão destacada pela forma verbal apropriada do verbo entre parênteses. Faça todas as demais modificações necessárias.

a- Nunca sorvi perfume tão agradável! (aspirar)
b- Ele fez tudo para satisfazer o inexorável sogro que Deus lhe deu. (agradar)
c- Uma equipe médica foi formada para tratar o paciente. (assistir)
d- Há anos não presencio uma partida tão empolgante. (assistir)
e- Esse é um direito que pertence a todos. (assistir)
f- As últimas medidas tomadas têm como objetivo o saneamento das finanças municipais. (visar)

8.0-Crase


REGRAS PRÁTICAS PARA O EMPREGO DO ACENTO DA CRASE:

1 – Substituir a palavra feminina por uma masculina:
a) Fui à escola. A + A (s) = À (s) + palavra feminina
Fui ao colégio. A + O (s) = AO (s) + palavra masculina
Preposição + Artigo

b) Comprei a caneta Comprei o livro. (só artigo)
Obs.: Este artifício não se aplica a nomes próprios.

2 – Substitua o A por PARA.
a) Viajou à França Viajou para a França.
Preposição + artigo

b) Viajou a Paris. Viajou para Paris
(só preposição)

3 – Substituir o verbo que rege preposição A pelo verbo VOLTAR que rege preposição DE.

a) Chegou à Espanha. Voltou da Espanha.
Preposição + artigo
b) Chegou a Madri. Voltou de Madri.
(só preposição)
4 – Sempre que houver certeza de que o verbo ou o nome refere-se a preposição A, basta observar se há ou não o segundo A . Substituir o verbo ou o nome que refere-se a preposição A por outro que peça outra preposição: DE, EM ou POR.

Referiu-se à festa. (à = preposição a + artigo a)
Gosto da festa. (da = preposição de + artigo a)
Estou na festa. (na = preposição em + artigo a)
Passei pela festa. (pela = preposição por + artigo a)

Referiu-se a você.
Gosto de você. (de = só preposição)
Estou em você. (em = só preposição)
Passei por você. (por = só preposição)


CASOS OBRIGATÓRIOS

1 – Adjuntos Adverbiais Femininos:
Saiu à noite, às pessoas, às vezes ...

2 – Termos Femininos ou Masculinos com valor de À MODA, AO ESTILO DE:
Poesia à Manuel Bandeira, gol à Pelé, bife à milanesa ...

3 – Locuções Prepositivas:
à procura de, à vista de, à custa de, à razão de, à mercê de, à maneira de ...

4 – Locuções Conjuntivas:
à proporção que, à medida que ...

5 – Para evitar ambigüidade :
À onça a cobra matou.
A menina à paixão venceu.

6 – Na indicação do número de horas, desde que, trocando-se o número de horas por meio-dia, obtenhamos a expressão ao meio-dia:
Chegou às sete horas. (Chegou ao meio-dia)
Saiu à uma em ponto. (Saiu ao meio-dia em ponto)
Mas em: “Estou aqui desde as cinco horas”, não ocorre crase porque teríamos: Estou aqui desde o meio-dia.



CASOS FACULTATIVOS

1 – Antes de nome próprio de mulher:
Referia-se a Sônia, ou à Sônia.

2 – Antes de pronomes adjetivos possessivos femininos no singular:
Referia-se a minha irmã, ou à minha irmã.

CASOS PROIBIDOS


1 – Antes de substantivos masculinos: Andou a cavalo.
2 – Antes de verbo: Começou a chover.
3 – Antes de substantivo no plural, estando o A no singular:
Referia-se a cidades estrangeiras.
4 – Antes de pronomes pessoais: Dirigiu a palavra a ela.
5 – Antes de pronomes demonstrativos (ESTE, ESSE, E FLEXÕES):
Não foi a esta festa.
6 – Antes de pronomes indefinidos: Obedecia a todos.
7 – Antes de expressões de tratamento: Obedecia a Vossa Excelência.
8 – Antes de artigo indefinido: Obedecia a uma velha senhora.
9 – Antes de pronome relativo QUEM: Referia-se a quem falava.
10 – Antes da palavra CASA (= a sua própria casa):
Chegou a casa.
11 – Antes da palavra TERRA (= terra firme):
Chegou a terra.
12 – Quando já houver outra preposição: Viajou para a Itália.



Exercícios

1 - Use o acento indicador da crase onde for necessário:

a) Ele fez referência a tarefa feita por nós.
b) Traçou uma reta oblíqua a do centro.
c) Não conheço as que saíram.
d) Ela se referia as que saíram.
e) Apresentou-lhe a esposa.
f) Apresentou-o a esposa.
g) Era uma camisa semelhante a que o diretor usava.
h) Ele não obedecia aquele regulamento.
i) Assisti a regata internacional.
j) Pintou o quadro a óleo.
k) Isto cheira a tolice.
l) Prefiro os cravos as margaridas.
m) Fomos a uma loja do centro.
n) Isto pertence a mim.
o) Fomos a Bahia.
p) Saímos a noite para passear.
q) Comunique nossas decisões as pessoas interessadas.
r) Envie dinheiro a estas instituições beneficentes.
s) Nada posso dizer-lhe a respeito disso.
t) Não posso mais comprar a crédito.
u) Não há mais nada a fazer.
v) Diga a Sua Excelência que não tenho nada a acrescentar as palavras que já disse.
w) Não vou a festas, não assisto a novelas e não aspiro a grandes posses. Estou fora da moda.
x) Vamos a Bahia ou a Santa Catarina nas próximas férias?
y) Vários policiais a paisana observavam a manifestação a procura dos líderes do movimento.
z) Diga a moça da direita que está aprovada; a da esquerda diga que terá nova oportunidade no próximo mês.


9.0-Pontuação

Pontuação é a parte da gramática que trata dos sinais ortográficos ou sinais de pontuação, destinados a indicar a pausa e as inflexões de voz, a discriminar elementos sintáticos da frase, com vistas à clareza e às necessidades da leitura.

Os sinais de pontuação servem, pois, para assinalar os acidentes da linguagem que enunciam ou mostram os prejuízos, a exatidão, os movimentos da inteligência e da precisão e impressionabilidade.

Há razões lógicas e afetivas do correto e bom uso dos sinais de pontuação, pois o nosso pensamento também se coordena e se dispões dentro de uma ordem lógica e sensível.
Como "determinar" o modo de se usar este ou aquele sinal? Adianta decorar todos os casos em que o uso da vírgula é obrigatório, por exemplo?

A pontuação é decorrente do pensamento e não vice-versa. Faz-se necessário perceber, reconhecer e estar convencido do porquê da vírgula ou de outro sinal qualquer. Não se trata de um aprendizado mecânico...
Quando mal empregada, a pontuação leva a equívocos.
Leia
Observe
"Não dava para observar a criança da rua". "Não dava para observar a criança, da rua".
E para que maior fosse ainda a ilusão à medida que as aves baixavam as árvores iam-se vestindo de uma nívea florescência. E, para que maior fosse ainda a ilusão, à medida que as aves baixavam, as árvores iam-se vestindo de uma nívea florescência.

Vírgula
Serve para indicar uma pausa breve. Normalmente, emprega-se para:
> Separar vocativos
1. Voai, voai, pássaros metálicos!
2. Meninos, escutem!
3. "Correi, ó lágrimas saudosas!"
> Separar aposto
1. Tancredo Neves, idealizador da Nova República, inscreveu para sempre seu nome na História do Brasil.
2. Cícero, orador romano, foi rival de Demóstenes.
3. Rui Barbosa, Águia de Haia, é uma das glórias do Brasil.
> Separar certos adjuntos adverbiais, principalmente quando ocorre inversão de termos na oração
1. Nos próximos meses, espero ir ao interior.
2. Nesta rua, inaugurar-se-á a nova agência do Banespa.
3. Com este terror, o assessor não poderá redigir.
4. O estudo, muitas vezes, torna-se um sacrifício.
> Separar orações intercaladas
1. O homem, disse o filósofo, é um caniço que pensa.
2. A morte, diz Guerra Junqueiro, é o prólogo da vida.
> Separar orações coordenadas assindéticas
1. Levanta-se, estuda, almoça, trabalha e ouve rádio.
2. Vai à Assembléia, trabalha, volta para casa, janta e ainda brinca.
> Separar orações orações reduzidas de gerúndio ou de particípio
1. Terminando a aula, poderão retirar-se.
2. Terminada a aula, retiraram-se.
> Separar orações adjetivas explicativas
1. O homem, que é mortal, tem uma alma imortal.
2. O fogo, que é quente, deixou todos assustados.
> Indicar zeugma
1. Ouço música romântica, e você, samba.
2. Perdi a aposta, e tu, a vergonha.
> Separar orações ligadas pela aditiva E, com sujeitos distintos ou quando, antes da conjunção, ocorrer pausa
1. Eu perdi a pasta, e tu, a vergonha.
2. Eu ganho o pão de cada dia com o suor do meu rosto, e ela, com o suor de sua lascívia.

A vírgula, por exemplo, apresenta variações, pois ela depende do estilo deste ou daquele escritor. Freqüentemente, um adjunto adverbial precede os termos essenciais de uma oração - daí o correto uso da vírgula. Ex.: No dia 08 de julho, fui jantar com Rosângela.
O deslocamento de uma vírgula pode mudar radicalmente um pensamento. Ex.:
"Não está aqui, já lhe disse" ou "Não, está aqui, já lhe disse"
A ausência de uma vírgula pode também, como se disse acima, provocar equívocos. Ex.:
"A grita se levanta ao céu da gente" e "A grita se levanta ao céu, da gente" (Camões)
A vírgula pode deslocar pensamentos e ajeitar acidentes de linguagem. Ex.:
Uma andorinha de Palmital a Assis em cinco minutos não faz verão e
Uma andorinha de Palmital a Assis em cinco minutos não faz, verão(!) (verbo ver).

Ponto-e-Vírgula
Indica sempre uma pausa maior que a vírgula. Normalmente, serve para:
> Separa orações coordenadas assindéticas de certa extensão
1. Pediu, com toda a calma possível, a sua demissão; tomou ares de importante e sentou-se.
2. O oficial pode viver como oficial, e quer viver como escudeiro; o escudeiro pode viver como escudeiro, e quer viver como fidalgo; o fidalgo pode viver como fidalgo, e quer viver como título; o título pode viver como título, e quer viver como príncipe.
> Separar os considerandos de um decreto, de uma sentença ou petição, de uma indicação
1. O Excelentíssimo Senhor Deputado, Presidente da Comissão de Transportes: Considerando que a navegação fluvial constitui um dos meios mais acessíveis; considerando que as ferrovias necessitam de maior extensão territorial; considerando que...
> Separar orações coordenadas ou as suas partes
1. Entre os historiadores, Xenofonte e Tácito; entre os filósofos, Sêneca e Plutarco; entre os santos padres, Jerônimo e Agostinho devem ser citados.
> Separar grupos de palavras ou duas orações coordenadas assindéticas que encerram pensamentos opostos
1. Uns trabalham, esforçam-se, exaurem-se; outros folgam, descuidam-se, não pensam no futuro.
O Ponto-e-vírgula indica, pois, uma pausa mais longa que a indicada pela vírgula: é uma pausa intermediária entre o ponto-final e a vírgula. As partes do pensamento, como vimos, continuam unidas entre si.
Ex.: "Lembro-me, também, da morte de Senhorinha, menina de cachos louros; o caixãozinho azul coberto de capelos, os sinos tocando toque fino de anjo" (José Condé).

Dois-Pontos
São usados para introduzir uma citação, um esclarecimento, uma enumeração, a fala do interlocutor, a continuidade do pensamento, etc.
Normalmente, empregam-se:
> Antes de citação, alheia ou própria:
1. Disse Millôr, Fernandes: "Literatos populares são literatos impopulares entre os literatos".
2. Cristo disse: "Amai-vos uns aos outros".
> Antes de uma enumeração:
1. Faziam parte da lista os seguintes gêneros alimentícios: arroz, feijão, mandioca, pão e macarrão.
2. O antepasto está pronto: pão torrado, manteiga, azeitonas e rabanete.
3. Levava consigo um amontoado de coisas: sacola, peteca, bola, esteira, chinelos.
> Antes de uma explicação, seqüência ou esclarecimento:
1. Conto-lhe tudo direitinho: o Elias bateu à porta, insistiu, perdeu a calma e arrombou-a.
2. Encerrou a sessão como havia previsto: com agradecimentos, elogios, parabéns.
> Antes da fala do interlocutor em discurso direto:
1. A empregada explicava rindo: - Não é visita, é o cobrador.
2. Fábio fitou o diretor, e sacudindo a cabeça: - Não chateie.
> Depois da palavra exemplo, quando equivale a uma enumeração ou citação:
1. Muitos são os estados do Brasil, por exemplo: Rio Grande do Sul, Santa Cataria, Paraná, etc.
2. Podemos citar alguns dentre muitos, por exemplo: Israel, Vicente, Waldir, Arthur e Dirceu.
Com mais freqüência, ocorre o uso dos dois-pontos após os chamados verbos de elocução, como vimos no estudo do diálogo. Indicam pausa bem mais prolongada que a do ponto-e-vírugla.
Ex.: José Lins do Rego declarou: "A religião que eu tinha, vinha ainda das conversas com a minha mãe" (in Menino do Engenho). É uma citação.
Empregam-se ainda os dois-pontos antes de uma resposta: "Com voz ofegante o inocente respondeu: Jamais fiz isso".
É comum usar dois-pontos antes de uma observação: "Não façam barulho: ele está escrevendo


Exercícios

1- (Assinale a opção que apresenta erro de pontuação:
a. Sem reforma, social, as desigualdades entre as cidades brasileiras, crescerão sempre...
b. No Brasil, a diferença social é motivo de constante preocupação.
c. O candidato que chegou atrasado fez um ótimo teste no IBGE.
d. Tenho esperanças, pois a situação econômica não demora a mudar.
e. Ainda não houve tempo, mas, em breve, as providências serão tomadas.

2- Assinale a seqüência correta dos sinais de pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase abaixo. Não cabendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência: Aos poucos .... a necessidade de mão-de-obra foi aumentando .... tornando-se necessária a abertura dos portos .... para uma outra população de trabalhadores ..... os imigrantes.

a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula
b) O - O - dois pontos - vírgula
c) vírgula, vírgula - O - dois pontos
d) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontos
e) vírgula - dois pontos - vírgula – vírgula

3. Assinale a seqüência correta dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo. Não havendo sinal, O indicará essa inexistência. Na época da colonização ..... os negros e os indígenas escravizados pelos brancos ..... reagiram ..... indiscutivelmente ..... de forma diferente.

a) O - O - vírgula - vírgula
b) O - dois pontos - O - vírgula
c) O - dois pontos - vírgula - vírgula
d) vírgula - vírgula - O - O
e) vírgula - O - vírgula – vírgula

4- Empregue as vírgulas necessárias à organização das frases seguintes. Há casos em que não é necessária vírgula alguma.

a- O descomunal e despropositado investimento em rodovias mal planejadas foi lavado do mapa pelas primeiras chuvas de verão.
b- Têm feito sensíveis progressos os agricultores que optaram por culturas voltadas ao consumo interno.
c- Entrechocam-se nas ruas trabalhadores e estudantes e bancários e vendedores e secretárias.
d- Atordoado caminhei até a porta.
e- Aos que se sentem prejudicados cabe-lhes o direito de recorrer à justiça.
f- A manutenção dos atuais níveis de desemprego e de contração econômica poderá conduzir a já combalida sociedade brasileira a atitudes de total descrédito nas possibilidades de organização democrática do Estado.
g- O Brasil país que via seus jovens como garantia de um grande futuro parece ter optado por simplesmente eliminar boa parte deles.
h- A cidadania essa ilustre desconhecida ainda passa a largo de muitas mentes brasileiras.
i- Poderemos daqui a dois anos avaliar os efeitos dessas medidas.
j- Poderemos avaliar os efeitos dessas medidas daqui a dois anos.
k- Vive me pedindo que o ajude que intervenha em seu favor que faça as coisas por ele.
l- Naquela época era comum referir-se jocosamente aos batafoguenses cujo time não era campeão há mais de quinze anos.
m- Voltei à minha cidade natal onde estivera pela última vez há trinta anos.


Insira a expressão entre parênteses entre o sujeito e o verbo, utilizando-se de vírgulas.

(Expressões intercaladas)
Exemplo:
O presidente ? reformulou seus pontos de vista. (durante a última reunião com seus assessores)
O presidente, durante a última reunião com seus assessores, reformulou seus pontos de vista.
1. Violento tremor de terra ? arrasou a Guatemala. ( fato bastante comum na América Central)
2. Einstein ? deixou-se fotografar fazendo caretas. ( que descobriu a Teoria da Relatividade)
3. O vendedor ? apresentou-nos um plano de pagamento apetitoso. (como último recurso)
4. O homem ? tem de usar seu poder recreativo para superá-los. (diante de maiores obstáculos)
5. São Paulo ? vem apresentando problemas ecológicos. (o maior centro industrial do País)


5- Foram retirados os sinais de pontuação que indicam o final dos períodos que formam o parágrafo seguinte. Recoloque-os.

Há efetivamente um conjunto de brasileiros que se comportam como se as leis não lhes dissessem respeito o convívio social não passa de uma forma de lhes satisfazer os desejos as obrigações inerentes a qualquer forma de sociedade pertencem exclusivamente aos outros seria importante saber o que produzem esses indivíduos para o bem da comunidade são eles seres verdadeiramente sociais a resposta a essa pergunta pode dar início à redescoberta da noção de bem comum.


6- Utilize, quando necessário, a vírgula e o ponto-e-vírgula.

a- A estratégia da empresa é relevante porém será preciso atenção aos indicadores econômicos.
b- A estratégia da empresa é relevante será preciso porém atenção aos indicadores econômicos.
c- As cartas serão entregues via correio tradicional os convites via correio eletrônico.


7- Corrija os erros ortográficos, de concordância e de pontuação dos parágrafos abaixo:

a- Derrepente Luana entrou pelo quarto gritando quem pegou a minha caneta aquela de ponta fina que deixei encima da mesa sua irmã respondeu si você cuida-se melhor de suas coisa certamente saberia onde sua caneta esta Luana não se conformou e foi atraz de seus pais que estavão ocupados como sempre

b- Haviam naquele lugar onde eu passei ontem a noite dois estranhos homens pensei que seria assaltante mais campinho sempre foi uma cidadezinha calma quando abri a porta de casa estava tudo escuro ninguém estava em casa resolvi chama meu vizinho que também não estava o medo começou a toma conta de mim facas revólver e muito sangue passava pela minha imaginação pulei na cama me enrrolei nas coberta alguém bateu na porta estremeci arrepiei gaguejei e perguntei quem é a porta se abriu e todos entrarão com um bolo e cantando parabéns para você


Parte II – Organização textual


1.0- Coerência

Valendo-nos da definição de coerência - ligação perfeitamente inteligível das partes de um texto com o seu todo- podemos auferir, que esta consiste em ordenar e interligar as idéias de maneira clara e lógica e de acordo com um plano definido.

Para que a coerência seja evidente numa composição, algumas particularidades devem ser observadas:

A ordem cronológica, espacial e lógica, são algumas destas particularidades. Ordenar cronologicamente os fatos consiste em não inverter o tempo dos acontecimentos. A ordem espacial consiste em descrever sob o ângulo da observação o objeto, ou seja, dos detalhes mais próximos para os mais distantes ou ao inverso. A ordenação lógica nada mais é do que a manutenção da idéia apresentada através do tópico frasal ou implícita no texto, a fundamentação desta idéia no seu desenvolvimento e, finalmente a conclusão da composição.

A satisfação do aspecto de coerência em uma composição não se deve apenas ao ordenamento da idéia, conseguido através dos recursos acima citados, deve-se também ao emprego correto dos termos que permitam a transição e a conexão entre as idéias. Neste ponto, encontramos a necessidade da correta utilização, conforme as normas gramaticais, das conjunções, preposições, pronomes e até mesmo dos advérbios e locuções adverbiais e ainda, em sentido mais amplo, de orações, períodos e parágrafos que servem de transição ou conexão entre as idéias apresentadas.

Listamos abaixo, alguns advérbios ou locuções adverbiais que proporcionam a coerência na composição quando da sua utilização.

- Prioridade, relevância - em primeiro lugar, antes de mais nada...
- Tempo - então, enfim, logo, imediatamente, não raro...
- Semelhança, comparação - igualmente, de acordo com, segundo...
- Adição - além disso, também, e...
- Dúvida - talvez, provavelmente...
- Certeza - de certo, por certo, certamente...
- Surpresa - inesperadamente, surpreendentemente...
- Ilustração - por exemplo, quer dizer, a saber...
- Propósito - com o fim de, a fim de...
- Lugar, proximidade, distância - perto de, próximo a, além...
- Resumo - em suma, em síntese, enfim, portanto...
- Causa - daí, por conseqüência, por isso, por causa...
- Contraste - pelo contrario, exceto, menos...
- Referência em geral - pronomes demonstrativos: este, aquele, esse;


Exercícios


1. Reduza a frase seguinte a suas informações essenciais, excluindo termos já subentendidos:

Conforme a última deliberação unânime de toda a Diretoria, a entrada, a freqüência e a permanência nas dependências deste Clube, tanto quanto a participação nas suas atividades esportivas, recreativas, sociais e culturais são exclusivamente privativas dos seus sócios, sendo terminantemente proibida, seja qual for o pretexto, a entrada de estranhos nas referidas dependências do mesmo.


2. As frases abaixo são marcadas por falhas de coerência ou de unidade. Procure identificar essas falhas e corrigi-las, reescrevendo as frases.

a) Para se ter uma idéia da disparidade de costumes entre os povos, confronte-se a vocação mística e espiritualista dos hindus com os burgueses materialistas do Ocidente.
b) A França é um país de grandes poetas e pintores, ao passo que os alemães sempre se destacaram como músicos e filósofos.
c) Ela cozinha muito bem, e seu marido se queixa de que passa a maior parte do tempo ao telefone.
d) A casa é muito espaçosa, mas os móveis são todos de jacarandá.
e) O professor, apesar de haver escrito vários livros didáticos, chega freqüentemente atrasado para dar as suas aulas.
f) Falando sinceramente, a vida é uma fonte de tédio.

3- Utilize conectivos semanticamente adequados para interligar as orações abaixo em um único período.

a) Minha namorada gosta de música popular. Eu prefiro música erudita.
b) O Palmeiras está sempre bem colocado no campeonato. Este ano é um dos últimos. O XV de Jaú é dos times mais fracos. Este ano está entre os primeiros.
c) Esse candidato fala muito bem. Ele convence qualquer auditório. É um pouco demagógico.
d) Moramos no mesmo edifício. Então nos encontramos freqüentemente. Mal nos cumprimentamos.
e) O comandante era um belo homem. Pelas suas faces vermelhas caíam-lhe os cabelos crespos. A velhice já lhe alvejava alguns fios.
f) Nossa casa estava situada na várzea. A trezentos metros dela ficava uma pequena lagoa. Era aí que costumávamos pescar.
g) Os dois soldados afastaram-se. Então o caboclo saiu do esconderijo. Ele veio ver o pobre rapaz. O rapaz estava muito ferido.

3. Com cada um dos grupos apresentados a seguir, forme três ou quatro períodos que tenham praticamente o mesmo sentido, variando de acordo com o modelo. Aponte, em cada caso, qual lhe parece mais expressivo:

Expressão de causa: O aluno foi expulso porque escreveu uma carta muito ofensiva ao professor.
Expressão de causa (invertida): Como o aluno escreveu uma carta muito ofensiva ao professor, foi expulso.
Expressão de conseqüência: O aluno escreveu ao professor uma carta tão ofensiva, que foi (ou acabou sendo) expulso.
Expressão de conclusão: O aluno escreveu ao professor uma carta muito ofensiva; logo (ou portanto), foi expulso.

a) Suas pretensões são descabidas. Não posso atendê-lo.
b) O pai era extremamente severo. O filho tornou-se tímido e complexado.
c) O Brasil é um país com milhares de quilômetros de litoral. É indispensável contar com uma poderosa frota naval.
d) Estava muito preocupado. Não pude prestar atenção ao que diziam.

4- Reescreva o parágrafo abaixo, retirando as palavras repetidas. Faça as alterações necessárias:

a- Aí então deve preparar bem a terra e colocar adubo e deixar a terra descansar e colocar estrume de boi ai então é só semear na época certa e irrigar todo dia e tirar o mato e quando a planta tiver com 3 centímetros aí tira a planta da sementeira e então põe na terra e então nesta fase tem que pôr remédio contra as pragas ai é esperar a época da colheita ai então a gente torce para o preço ser bom.

5-As frases abaixo apresentam problemas de coesão ou coerência textual. Identifique o problema e depois reescreva-as,tornando-as coesas:

1- Mais de cinqüenta mil pessoas compareceram ao estádio para apoiar o time onde seria disputada a partida final.
2- Trata-se de uma armação de uma máfia na tentativa de desqualificar, denegrir e macular quem sempre esteve na luta pela corrupção e pela ética na política.
3- A casa, que ficava em uma região em que fazia bastante frio durante o inverno.
4- Embora você insista em ficar, não vou deixar você sair agora.
5- O time não jogou bem, mas perdeu.
6- Pela tarde chegou uma carta a mim endereçada, abri-a correndo sem nem tomar fôlego. O envelope não tinha nada dentro, estava vazio. Dentro só tinha uma folha em branco.
7- Eu não ganhei nenhum presente, só ganhei uma folha em branco, meu retrato de pôster e um disco dos Beatles.
8- Se os turistas não jogarem mais vidros, pneus de carros e garrafas nas praias, que estão muito sujas, pois isso é um absurdo.

6-Reescreva a oração em destaque segundo o modelo abaixo:

É indispensável que modernizamos nosso sistema de trabalho.
É indispensável modernizarmos nosso sistema de trabalho.
É indispensável a modernização do nosso sistema de trabalho.
1. É provável que exista vida em outros planetas.
2. Basta que o povo coopere.
3. A solução é, a meu ver, que devolvam a terra a seu legítimo dono.
4. É importante que adquiramos uma aparelhagem mais moderna.
5. Comenta-se, em toda parte, que ele é o responsável por tudo.
6. Convém que leiamos atentamente o texto.
7. O professor sugeriu que interpretássemos o texto.
8. É mister que se conclusa com a máxima urgência o planejamento atual.
9. Não importa que o conselho aprove ou não o nosso projeto.
10. Acho bem provável que o diretor intervenha na discussão.


7- Junte as duas sentenças, subordinando a segunda à(s) palavra(s) grifada(s) na primeira.

Exemplo:
Eu conheço uma pessoa inteligente. Esta pessoa faria o trabalho com perfeição.
Eu conheço uma pessoa inteligente que faria o trabalho com perfeição.
1. O plano era excelente. Concebemos o plano em nossa última sessão.
2. A partida não foi nada interessante. Tivemos a oportunidade de ver a partida pela televisão.
3. O número de pessoas influiu na decisão do diretor. Estas pessoas freqüentam o clube.
4. A oferta é das mais vantajosas. Você me fez a oferta ontem.
5. Não pudemos participar da competição. A competição realizou hoje de manhã.
6. Jamais aceitaremos as idéias. Você adotou as idéias sem refletir.
7. As roupas não me serviram. Comprei as roupas pelo reembolso postal.
8. A pena não foi em hipótese alguma adequada. O juiz aplicou a pena.
9. Não concordei com o ponto de vista. O presidente da junta manifestou o ponto de vista da reunião.
10. Ninguém recusaria esta oferta. Você recusou a oferta.


8-Junte as duas sentenças, subordinando a segunda à(s) palavras (s) em negrito na primeira. (Use o conectivo CUJO e flexões.)

Exemplo:
O homem dirigiu-se ao posto policial. Seu carro fora roubado.
O homem, cujo carro fora roubado, dirigiu-se ao posto policial.
1 O técnico criticou a jogadora. A atuação dela foi abaixo do normal.
2. O cliente, imediatamente, se queixou ao guardador. Seu carro havia sido danificado no estacionamento.
3. Ele é um velho. Sua lucidez nos causa espanto.
4. Drummond é um poeta. Seus versos a todos comovem.
5. A casa parecia ser nova. Seu muro caiu.


9- Reescreva a sentença, substituindo a oração em destaque por outra introduzida pelo conectivo entre parênteses:
(Conectivos que indicam causa.)

Exemplos:
Poucas pessoas podiam acompanhar o orador, que usava palavras inusitadas no seu discurso. (UMA VEZ QUE)
Poucas pessoas podiam acompanhar o orador, UMA VEZ QUE ele usava palavras inusitadas no seu discurso.


1. O professor, que estava muito cansado naquele dia, resolveu dispensar a turma. (VISTO QUE)
2. Os jogadores, que haviam treinado com afinco, executaram com perfeição as jogadas ensaiadas. (EM VIRTUDE DE)
3. A loja teve de trocar a mercadoria, que estava completamente estragada. (POR)
4. A companhia, que era muito pequena para o volume cada vez maior de negócios, adquiriu uma nova sede. (UMA VEZ QUE)
5. Muitas pessoas compraram o novo modelo do automóvel, que era econômico e prático. (VISTO)
6.Não gostamos de futebol, que é um esporte por demais violento. (EM CONSEQÜÊNCIA)
7. Sempre comprei nesta loja, que tem preços bastante bons e produtos da melhor qualidade. (POIS QUE)
8. O serviço bancário vem lançando mão de microfilmagem que é um excelente meio de armazenar a informação. (PORQUE)


10 - Reescreva as orações abaixo, segundo a modelo:

(Substituir conectivos.)
O restaurante é careiro, MAS sua cozinha é excelente.
EMBORA o restaurante seja careiro, sua cozinha é
excelente
(Alguns conectivos que podem ser usados: embora,
ainda que ,mesmo que, se bem que, conquanto, apesar de, a despeito de, não obstante, por muito que)

1. Estamos todos cansados, MAS devemos continuar trabalhando
2. O gerente levou a mercadoria até o depósito, MAS não
conseguiu estocá-la.
3. Eu te perdôo desta vez, MAS não contes com a minha benevolência no futuro.
4 O médico dirigiu-se imediatamente ao hospital, MAS não chegou.
5 O técnico disse que o televisor estava bom, MAS logo após
apareceram alguns estranhos estalos.

11- Assinale a opção que não dá continuidade de forma coesa e coerente ao texto a seguir.

Além de a privatização contribuir para o equilíbrio macroeconômico com a eliminação de déficits potenciais provocados pela má gestão das empresas estatais, do ponto de vista microeconômico as empresas privatizadas tornaram-se mais competitivas globalmente, investem mais, arrecadam mais e geram mais renda para o país.

a- Não podem mais se limitar a cuidar de seus negócios estritos, mas, também, precisam se responsabilizar pela sustentabilidade ambiental e pela eqüidade social, enquanto vão construindo a riqueza nacional em suas organizações produtivas.
b- Cabe à iniciativa privada o papel mais relevante no processo de conceber e de implementar os projetos de investimento.
c- será indispensável a formulação de estratégias para que também sejam competitivas as empresas estatais que remanescem.
d- Nessa nova ordem empresarial, caberá às empresas privadas maior responsabilidade social dentro do processo de desenvolvimento nacional e das regiões em que se inserem.
e- entretanto, pode-se constatar um conjunto inequívoco de benefícios que o processo de privatização trouxe.

12- Assinale a opção que preenche, de forma coesa e coerente, as lacunas do texto abaixo.

O fenômeno da globalização econômica ocasionou uma série ampla e complexa de mudanças sociais no nível interno e externo da sociedade, afetando, em especial, o poder regulador do Estado. _______ a estonteante rapidez e abrangência _____ tais mudanças ocorrem, é preciso considerar que em qualquer sociedade, em todos os tempos, a mudança existiu como algo inerente ao sistema social.

a- No obstante / com que b- Portanto / de que
c- De maneira que / a que d- Porquanto / ao que
e- Quando / de que


2.0- Aprimoramento lingüístico

O que você deve evitar na redação

Por ser um conjunto de opiniões pessoais logicamente concatenadas, a redação deve ser precisa, rigorosa. Para despertar interesse, deve ser sugestiva e original. A vulgaridade é o nível em que a mensagem é só redundância. Vejamos os casos mais freqüentes de vulgaridades, em que a redundância desnecessária e mesmo prejudicial informação:

1.Adjetivação excessiva
A incômoda e nociva poluição ambiental pode tornar o já problemático e atrasado Brasil uma terra inabitável.

2. Queísmo
O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdoá-los não parece que seja certo.

3. Intromissão
Cultura, na minha opinião, é ...

4. Projeção da linguagem oral
Hoje em dia a gente não vive, a gente vegeta; dizem que antigamente a coisa era melhor porque havia mais tempo para as diversões, para as conversas, para a família, e assim sucessivamente.

5. Abstração grosseira
Porque aí nós pegamos e pensamos: para onde vai a humanidade?

6. Predominância do gerúndio (endorréia)
Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva melhor, ficando mais claro...

7. Adjetivos cristalizados
"Silêncio mortal", "calorosos aplausos", "mais alta estima", "sol quente”, "cabelos negros como a noite", "grande homem", séria conversa, "notável artista", "mulher fatal”, 'lábios de mel", "dentes de pérola", "semblante carregado", "sinceros votos de feliz natal “, “merecidos aplausos", "calorosa polêmica”, “gol espetacular", "amor inesquecível", "alma trasbordante", “esmagadora maioria".

8. Lugar-comum ou clichê
"Subir os degraus da glória”, "fazer das tripas coração", "encerrar com chave de ouro", “a nível de", "a grosso modo”, "solução para este problema", “colocar os pingos nos ii ", “sair com as mãos abanando", "fazer fé em", "da melhor maneira possível", "em todos os cantos do mundo”, “com a voz embargada pela emoção", "muita gente pensa que", "isto quer dizer que", "pedra sobre pedra", "dos males o menor", "encher os bolsos", "agora ou nunca", "contorcendo-se em dores”, "chorando copiosamente", " uma vergonha".

9. Truísmo - (verdade evidente)
Todos os homens são mortais. / São Paulo, o maior centro industrial da América Latina./ Pelé considerado rei do futebol. / A criança de hoje será o adulto de amanhã. /Os idosos são pessoas que viveram mais que os jovens.



3.0- O parágrafo como unidade de composição


O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. O parágrafo pode ser ordenado de maneiras diversas, dependendo de variáveis como assunto, propósito do autor e tipo de destinatário.

O parágrafo é identificado no texto pelo seu início afastado da margem do papel, o que facilita, tanto ao escritor como ao leitor, percebê-lo de forma isolada para que de modo analítico, capte as idéias principais do texto e posteriormente, sintetize-as compreendendo então o texto num todo. Assim, é o parágrafo de essencial importância na composição.

Tal como a sua estrutura, a extensão de um parágrafo também é diversificada e dependente das mesmas variáveis que a estrutura, contanto que pela sua pequenez ou grandeza de extensão, não deixe de transmitir integralmente a mensagem, nem torne confuso ou até mesmo impossível a compreensão desta.

3.1-Tópico Frasal

Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal, que é a introdução da unidade de composição, nos fornece o tema a ser desenvolvido. Tal consideração é também feita de forma generalizada, pois o tópico frasal pode não ser inicial, mas sem dúvida, este é o tipo mais usado por consagrados escritores e recomendado para os principiantes.

Considerando a recomendação de iniciar o parágrafo com o tópico frasal, este pode assumir aspectos diferenciados, a saber: declaração inicial - quando primariamente se afirma ou nega algo, para na seqüência justificar a sentença, desta forma o primeiro período poderia servir de título para o parágrafo; definição - neste aspecto o tópico frasal assume um conceito do objeto, material ou imaterial, em questão; divisão - buscando objetividade e clareza, apresenta-se o tópico frasal sob a forma de divisão do objeto em foco. O tópico frasal pode estar inserido em outra parte do texto, ou pode também estar diluído neste e até mesmo implícito, o que requer muita perspicácia do escritor e é claro do leitor.

Exercício
Sublinhe a idéia central de cada texto a seguir, escrevendo-a num espaço máximo de duas linhas.

a- Freqüentemente desejo que a expressão “ciência aplicada” não tivesse sido inventada. Ela sugere a existência de uma espécie de conhecimento científico de uso prático, que pode ser estudado separadamente de uma outra espécie, que não é de utilidade prática, denominada “ciência pura”. Mas não há nada mais falso do que isso. O que se denomina ciência aplicada não é nada mais do que a aplicação da ciência pura a tipos particulares de problemas.


b- Quando se compara o sucesso financeiro de duas firmas da mesma espécie, não dizemos simplesmente que a firma de maior lucro é a de maior sucesso. O que comparamos não é o lucro isoladamente, mas os ganhos relativos ao total de investimentos. Ou seja, se P e I representam respectivamente o lucro e o investimento, o valor do quociente P/I serve para medir o sucesso financeiro relativo.


c- O secretário nacional de Vigilância Sanitária, Roberto Chabo, apresentou uma lista de trinta e quatro medicamentos que terão a fabricação suspensa e serão retirados do mercado na semana que vem, por serem considerados sem efeito terapêutico. Os remédios estão divididos em quatro grupos: protetores do fígado, estimulantes neuropsíquicos, polivitamínicos e estimulantes sexuais.

3.2- Iniciando o parágrafo

Vimos o conceito e algumas características do tópico frasal. Este é utilizado pela maioria dos escritores para iniciar o parágrafo, porém, outros modos podem ser utilizados como: alusão histórica - introdução com dados históricos que chamem a atenção do leitor; omissão de identificadores - omitir a identificação de personagens, ativando a curiosidade do leitor; interrogação - fazendo uma pergunta, que logicamente exigirá do leitor maior atenção.



3.3- desenvolvendo o parágrafo

Desenvolver o parágrafo é expor de forma pormenorizada a idéia principal deste. Tal desenvolvimento pode se dar por diversas maneiras. Eis algumas delas:


Enumerando ou descrevendo detalhes

Desta forma o autor enumera e detalha a idéia apresentada; é muito usada preferencialmente nos parágrafos iniciados pelo tópico frasal.
Exemplo:

A televisão, apesar das críticas que recebe, traz muitos benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de entretenimento (shows, competições esportivas); cultura, por meio de filmes, debates, cursos.

Faça o mesmo:

1. Na escolha de uma carreira profissional, precisamos considerar muitos aspectos, dentre os quais podemos citar:

2. O desrespeito aos direitos humanos manifesta-se de várias formas:

3. O bom relacionamento entre os membros de uma família depende de vários fatores, como:

4. A vida nas grandes cidades oferece vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens, podemos lembrar


Confrontando, fazendo analogia ou comparando

No confronto, o autor utiliza o artifício de contrapor idéias, seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto pode ser de contrastes como de semelhanças. Analogia e comparação, são também espécies de confronto: a primeira trata de semelhança primária sugerindo uma afinidade completa entre os dados; a segunda mostra semelhanças reais e visíveis, valendo-se para isto do uso de conectivos de comparação.
Exemplo:
É comum encontrar crianças de dez anos de idade vendendo balas nas esquinas brasileiras. Na França, nos EUA ou na Inglaterra - países desenvolvidos - nessa idade as crianças estão na escola e não submetidas a violência das ruas.

É bastante importante que a comparação seja adequada e sirva a algum propósito bem claro - no caso, mostrar o subdesenvolvimento brasileiro na questão do menor.

Faça o mesmo

1-Compare as exigências do mercado de trabalho antigamente e nos dias atuais.
2-Compare a economia brasileira da década passada com a atual.

Definindo, dividindo e citando exemplos

Ao definir, o autor, de forma clara e concisa, conceitua o objeto, ser, fato ou fenômeno apresentado. Pode envolver ou não a divisão e citação de exemplos. Quando divide, o autor explora as idéias em cadeia, ou seja, após apresentar a temática no tópico frasal, divide-a e explana-a em períodos seguintes, sempre de forma a manter a cadeia de desenvolvimento. Ao exemplificar, o autor tanto pode estar esclarecendo o assunto proposto quanto comprovando-o.


Exemplo:
Menor: o mais pequeno, de segundo plano, inferior, aquele que não atingiu a maioridade. O uso da palavra “menor” para se referir às crianças no Brasil já demonstra como são tratadas: em segundo plano.

Vale perceber que há, muitas vezes, mais de uma maneira de se definir algo e, portanto a escolha da definição mais adequada dependera do ponto de vista a ser defendido.

Faça o mesmo

1- Conceitue gerenciamento e gestão. Forneça exemplo.

Mostrando causa, motivo ou razão; conseqüência ou efeito

Desenvolve-se assim o parágrafo, esclarecendo a causa, motivo ou razão, bem como a conseqüência ou efeito do acontecimento ou fato apresentado como idéia principal. Quando se trata de fenômenos físicos, empregamos os termos causa e efeito; se humanos usamos os termos motivo, razão e conseqüência.
Exemplo:

A falta de planejamento e investimento em infla-estrutura barra o crescimento econômico brasileiro. A falência da malha aérea, da malha rodoviária e portuária é um exemplo concreto do que a falta de administração e gestão pública pode causar à saúde financeira e à imagem de um país.

Faça o mesmo
1- Causas e conseqüências do crescimento econômico de Macaé.
2- Causas e conseqüências da escolha errada de uma profissão.

3- Leia o texto a seguir e responda a questão que segue:

Capaz de minar sólidas estruturas econômicas e sociais do país, o contrabando pode ser apontado como um dos principais instrumentos de degradação social, produzindo um sem-número de problemas e esgarçando o tecido das relações comerciais e das transações financeiras.

Assinale a opção em que o argumento apresentado não reforça a idéia principal do texto acima.

a- Devido ao seu caráter ilegal, marginal e ilegítimo, o contrabando expõe a economia doméstica formal à concorrência desleal.
b- Em última instância, o contrabando atenua a questão do desemprego, pois representa uma forma assistemática de absorção informal de mão-de-obra.
c- O sistema que mantém o contrabando também propicia e patrocina o crime organizado, pois favorece o tráfico de armas e de drogas.
d- Embora não se enfoque sempre essa questão, o contrabando vulnerabiliza a saúde pública e põe em risco a vida das pessoas com a introdução no mercado de produtos sem qualquer controle regulamentar.


PARTE III- REDAÇÃO TÉCNICA


1.0- ECONOMIA VERBAL

De modo geral, os relatórios e as cartas comerciais são prolixos e podem ser reduzidos; são extensos porque não se determinou previamente o objetivo da mensagem. Por isso, é preciso afastar idéias secundárias ou sem interesse para o objetivo que se tem em vista.
Para reduzir a extensão de um texto, recomenda-se que se pense demoradamente sobre o assunto. Demoradamente quer significar aqui o tempo necessário para se levantarem prós e contras, argumentos favoráveis e desfavoráveis. O segundo requisito é construir um plano, um sumário dos itens que serão tratados. O estabelecimento de um plano evita que se lancem ao papel idéias alheias ao objetivo.
Com freqüência, diz-se que um texto está bom quando há organização do pensamento, as idéias são relevantes, não há repetições, o texto é claro e compreensível. Por fim, o tamanho ideal de um texto é determinado pela adequação à necessidade. Se 10 palavras são suficientes, o melhor texto para esse caso específico terá 10 palavras. Somente o essencial deve fazer parte de sua mensagem.
Um relatório compacto, no entanto, custa esforço de redação e leitura. Às vezes, só o trabalho de reescrevê-lo pode levar a um resultado satisfatório. Escrever muito exige menos demora, e é muito mais fácil. E diga-se: reescrever um texto várias vezes não significa que não se é bom redator, que não se é competente; significa cuidado com o texto, zelo com a clareza das idéias.
Recomenda-se, pois reescrever um texto até que alcance a precisão e a clareza necessária para atingir o objetivo previamente determinado.
Ao término do rascunho, verifica-se a possibilidade de eliminar palavras, de substituir outras, de cortar as que nada acrescentam e são desnecessárias. Veja o exemplo a seguir:


Prolixo Conciso
Agradecemos imensamente sua carta e o seu interesse em publicar conosco seus maravilhosos e bem redigidos trabalhos. Nossa diretriz editorial, contudo, está sendo gerida pelas atuais e catastróficas dificuldades por que atravessa o país, não podendo, por isso, a empresa investir em novos e atraentes títulos no presente momento.

Fossem outras as condições do momento, certamente teríamos a maior satisfação em publicar sua insigne obra. Com nossos melhores agradecimentos pela oferta, manifestamos ao ensejo as expressões de nossa elevada consideração e apreço.

Confúcio de Oliveira Agradecemos seu interesse em publicar conosco sua obra. Esta editora não está investindo em novas publicações no momento, embora reconheçamos que sua obra foi elaborada com apuro científico. Obrigado por nos ter oferecido seu texto.
Atenciosamente,

Confúcio de Oliveira

Brevidade, pois, é a palavra-de-ordem. Mas não a brevidade seca, que deixa informações incompletas, e torna o período de difícil leitura e decodificação.
Geralmente, consideram-se palavras desnecessárias as que são dispensáveis, como, às vezes, o adjetivo ou o advérbio e as palavras vazias de conteúdo. Exemplos:

O belíssimo desempenho de nossa equipe de vendas...
O desempenho de nossa equipe de vendas superou eloqüentemente nossas previsões.
Em virtude do fato de nossos representantes estarem sem estoque de nossos livros, resolvemos...

Neste último caso, é possível substituir o fragmento por: porque nossos representantes estavam sem estoque de nossos livros, resolvemos....
A seguir, uma lista de expressões prolixas muito comuns em cartas comerciais; a seu lado, são apresentadas substituições que se caracterizam pela brevidade.

Expressões evitáveis Substituir por
Acima citado Citado
Acusamos o recebimento Recebemos
Estamos anexando Anexamos
Levamos a seu conhecimento Informamos
Somos de opinião que Acreditamos, consideramos
Temos a informar que Informamos
Agradecemos antecipadamente Agradecemos
Anexo à presente Anexo
Anexo segue Anexo
Antecipadamente somos gratos Agradecemos
Estamos remetendo-lhe Remetemos-lhe
Até o presente momento Até o momento
Acusamos o recebimento da carta Recebemos a carta
Aproveitando o ensejo, anexamos Anexamos
Conforme segue abaixo relacionado Relacionado a seguir
Segue anexo nosso cheque Anexamos cheque
Estou escrevendo-lhe Escrevo-lhe
Referência supracitada Mencionada
Conforme acordado Mencionado
Como dissemos acima Mencionado
Conforme assunto em referência acima citado Mencionado
Vimos solicitar Solicitamos
Seguem em anexo Anexos, ou anexamos
Encaminhamos em anexo Encaminhamos, ou anexamos


2.0- Pronomes de tratamento


Segundo a gramática, são denominados pronomes de tratamento certas palavras ou expressões que valem por pronomes pessoais, como:

Pronome de tratamento Abreviatura Usado para:
Vossa Alteza V.A. Príncipes, duques
Vossa Eminência V.Em.ª Cardeais
Vossa Excelência V.Ex.ª Altas autoridades e oficiais generais
Vossa Magnificência V.Mag.ª Reitores de universidades
Vossa Majestade V.M. Reis, imperadores
Vossa Santidade V.S Papa
Vossa Reverência ou Vossa Reverendíssima V. Rev.ª
V. Rev.ma Sacerdotes em geral
Vossa Senhoria V.S.ª Tratamento cerimonioso



Observações:
1 – As formas de relação acima são usadas para designar a segunda pessoa; para designar a terceira pessoa, é necessário substituir Vossa por Sua, obtendo os pronomes Sua Alteza, Sua Eminência, Sua Excelência etc.
2 – Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. O Senhor e a senhora são empregados no tratamento cerimonioso; você e vocês, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil, praticamente substituindo as formas tu e vós.
3 – Os pronomes de tratamento utilizam o verbo e outros pronomes de terceira pessoa:
Vossa Excelência decidiu apresentar seus projetos ?
4 - Na carta comercial ou no ofício, antes do texto, o invocativo deve corresponder ao tratamento devido a cada um.
Ao presidente da República escreve-se por extenso: Excelentíssimo senhor.
Às demais autoridades escreve-se: Exmo. Sr.
Ao Reitor da Universidade: Magnífico Reitor
A um Tribunal: Egrégio ou Calendo Tribunal
A um juiz: Meritíssimo Juiz.
Pode-se utilizar, na correspondência comercial, diferentes formas de tratamento: senhor, senhora, Vossa Senhoria. A carta familiar admite o uso de tu e você.

UTILIZE:

- Atenciosamente: Para os expedientes do dia-a-dia, em que não exista a necessidade de caracterizar relações hierárquicas ou demarcar posições formais:
Expedientes entre empregados da mesma hierarquia, correspondências da Sede com os Regionais, da Empresa com os empregados, das Gerências com fornecedores, prestadores de serviços, público em geral.

- Cordialmente: Para expedientes formais da Empresa, em que exista a necessidade de caracterizar relações hierárquicas:
Expedientes mantidos com autoridades, presidentes e diretores de empresa a quem se deve reservar o tratamento VOSSA SENHORIA.

- Respeitosamente: Para os expedientes mantidos com autoridade a quem se deve reservar, pela importância do cargo exercido, o tratamento VOSSA EXCELÊNCIA.

3.0- A carta comercial

A correspondência comercial faz parte integrante de todo um sistema de comunicação, com o seu emissor, com sua mensagem e com seu receptor. Está, conseqüentemente, sujeita a toda a engrenagem, a todos os dispositivos, a todos os requisitos indispensáveis à comunicação para propagar, agrupar, propor negócios e criar imagem.
Modelo tradicional de carta comercial com comentários para cada item:

TIMBRE
Rua X - Porto Alegre - caixa postal, 47 - ..........
Porto Alegre, 6 de novembro de 1996.
A (1)
Fernando de Barros & Cia. Ltda.
Av. Rio Branco, 123 - conj. 7
Rio de Janeiro - RJ (2)
Prezados Senhores: (3)
(4)............................Em resposta (5) à solicitação feita pelo escritório de V.Sas., representado, em nossa cidade, pelo Sr. Marcelo Silveira, informamos que seguiram, via aérea, dez (10) (6) caixas dos medicamentos pedidos.
(4)............................Outrossim (7), comunicamos que a duplicata nº 0860133, no Banco da Amizade S.A., emitida por V.Sas, em 3 de outubro do corrente ano, já foi encaminhada, em 29 de outubro (8) p.p. (9) ao Departamento de Cobrança, para as providências cabíveis (10).
(4)............................Sem mais que se apresenta no momento (11), subscrevemo-nos (12)
Atenciosamente
_______________________________ (13)
Tiago Almeida
Diretor
________________________________________


Comentários sobre o modelo antigo
1. Elimina-se a preposição "A", desnecessária no caso.
2. Elimina-se o endereço do destinatário, uma vez que ele consta do envelope.
3. Suprimem-se os dois pontos na invocação.
4. Não é necessário marcar o parágrafo. Basta deixar espaço duplo vertical, indicando-o.
5. Retirar a expressão "em resposta", porque o destinatário sabe que se está respondendo a algo.
6. Suprime-se o número 10, uma vez que a palavra dez já está mencionada.
7. Expressão desnecessária.
8. A data em que o título foi encaminhado é um dado desnecessário.
9. Dispensa-se a expressão próximo passado, porém dentro do próprio mês, é aconselhável.
10. "...para providências cabíveis..." é uma expressão desnecessária, considerada como tapa-margem. A margem direita da carta comercial não precisa ser uniforme.
11. Um fecho óbvio como este é desnecessário, pois, se houvesse algo mais, seria acrescentado à carta.
12. Expressão desnecessária, porque está implícita no final.
13. Não se usa mais a pauta para a assinatura do remetente.

MODELO NOVO
A carta ficaria assim:
________________________________________
TIMBRE
Rua X - Porto Alegre - caixa postal, 47 ......
Porto Alegre, 6 de novembro de 1995. (A)

Fernando de Barros & Cia. Ltda. (B)

Prezados senhores (C)

À solicitação feita pelo escritório de V.Sas., representado, em nossa cidade, pelo Sr. Marcelo Silveira, informamos que seguiram, via aérea, dez caixas dos medicamentos pedidos.
Comunicamos que a duplicata no. 086013 foi encaminhada ao Departamento de Cobrança.(D)

Atenciosamente(E)

Tiago Almeida (F)
Diretor
________________________________________
Estrutura da carta comercial
a) local e data
b) destinatário
c) vocativo
d) contexto ou assunto
e) despedida
f) assinatura
Propostas de redação
Elabore duas cartas comerciais, usando os seguintes dados:
1. Ferreira & Cia. Ltda. solicita a Irmãos Pires Ltda. o envio, com a máxima urgência, de mercadorias, conforme relação anexa. Agradece atendimento.
2. Silveira & Cia. comunica a Francisco Camargo a inauguração de uma nova agência. Convida-o para a inauguração e coquetel. Agradece a presença.


4.0- Tipos de carta comercial

4.1- Ofício

É quase que exclusivamente utilizado no serviço público, na comunicação entre chefias e com o público externo. Na empresa privada só é utilizado quando dirigido ao serviço público. Seu conteúdo é formal, sem os exageros do passado, quando se utilizavam mais linhas para a introdução e para o fecho do que propriamente para o conteúdo. Como, geralmente, é dirigido à autoridade, é necessário observar o tratamento que cada cargo exige.

O Manual de Redação, da Presidência da República, recentemente elaborado, apresenta o ofício com algumas inovações. Esse novo modelo é para ser aplicado em todo o serviço público federal brasileiro, poderá todavia servir de parâmetro para a empresa privada. Segundo esse manual, as formas vocativas foram modificadas, assim ficando:
Para os chefes de Poder usa-se Excelentíssimo Senhor, seguido do respectivo cargo, por exemplo:
- Excelentíssimo Senhor Presidente da República.
- Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional.
- Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades serão tratadas pelo vocativo Senhor, seguido do respectivo cargo, como:
- Senhor Senador.
- Senhor Juiz.
- Senhor Ministro.
- Senhor Governador.

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma:

- Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Ministro da Justiça
70.064 - Brasília/DF

- Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Senador Federal
70.160 - Brasília/DF

- Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10ª Vara Civil
Rua X, nº 14
01010 - São Paulo/SP

Outra alteração que eliminou parte do formalismo do ofício foi a exclusão do uso do tratamento DD. ( digníssimo) e M.D. (mui digníssimo) às autoridades, curiosamente sob a alegação de que a dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares, sendo o vocativo adequado: Senhor (cargo).

O endereçamento a ser colocado no final do texto do ofício será assim:
Para chefes do poder e demais autoridades:

Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Presidente do Congresso Nacional
Brasília/DF

Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Secretário Geral da Presidência
Brasília/DF

Para aquelas autoridades cuja forma de tratamento empregada é apenas Vossa Senhoria, elimina-se o Ilustríssimo Senhor, ficando:

Ao Senhor
Fulano de Tal
Cargo
Guararapes/SP
Em vez de:
Ilmo. Sr.
Fulano de Tal
Cargo
São Paulo/SP

Modelo
Indústria Gimenes S/A.
Campinas - Jundiaí - Curitiba - Videira - Presidente Prudente
Campinas, 17 de novembro de 1996.
Of. nº 15/96
Senhor Prefeito

Dentro da programação de comemoração do aniversário de nossa empresa, estaremos inaugurando, no próximo dia 7 de junho, às 17h, a “Creche Criança Sadia”, localizada na rua Emílio Rios, 245; reivindicação antiga de nossos funcionários, que agora é concretizada.
Gostaríamos de contar com a presença de V.Exª para descerrar a placa e falar aos participantes sobre a importância da criação de creches nas empresas, pois sabemos que essa é, também, uma das prioridades de seu governo.
Atenciosamente
Diretoria Geral
(assinatura)
Excelentíssimo Senhor
Paulo Soares Martins Dias
Prefeito Municipal de Campinas

Proposta de redação
Redija ofício dirigido ao Prefeito de sua cidade, convidando-o para inauguração das novas dependências de sua empresa.


4.2- relatório

Conforme o tipo de relatório, este tem uma estrutura específica. Vejamos as partes que comumente compõem diversos tipos de relatórios (forma e conteúdo):

Capa: contendo o título do relatório, o nome do autor, o nome da instituição ou da empresa pela qual se executou a atividade, objeto do relatório, o local onde foi escrito e a data (geralmente mês e ano ou só ano).

Modelo:
Colégio Salesiano - Ensino Médio Profissionalizante
Relatório Semestral das Atividades do Grêmio Estudantil
Responsável: Hipócrita Medeiro
Cargo: Presidente
Araçatuba 2000
Obs. A apresentação geral (tamanho e tipo das letras, margens, espaços) é variável.

Folha de rosto – incluindo os dados bibliográficos essenciais do relatório: título (e subtítulo, se houver), autor(es), editor (se houver), local e data da edição (se for o caso).
Obs. A folha de rosto é dispensável, se o relatório não se destina à publicação.

Sumário – índice dos tópicos tratados, com a indicação das páginas.

Introdução – declarando-se o propósito do relatório, ou seja, dizendo-se porque e/ou para que ele foi redigido. Dependendo do tipo de relatório, contém: a indicação de quem; o que determinou a tarefa, a pesquisa ou a investigação; o método adotado; o equipamento usado; as pessoas envolvidas ou colaboradores.

Desenvolvimento – relatando-se pormenorizadamente os procedimentos realizados e os fatos ocorridos ou apurados, com a indicação de data(s), local(is), método(s) adotado(s), pessoas/equipamentos envolvidos, julgamento dos fatos ou considerações sobre os fenômenos observados. Em geral, é dividido em tópicos e subtópicos específicos que devem ser intitulados.

Conclusão – contendo as considerações finais a respeito da tarefa, da pesquisa ou da investigação, tais como: retomada das conclusões parciais (de cada tópico), interpretação e crítica dos fatos apurados, recomendação de providências cabíveis, sugestões.

Fecho – incluindo o local, a data e a assinatura do autor.
Anexos – contendo tabelas, dados estatísticos, gráficos, ilustrações, documentos comprobatórios, etc. que não se incluem diretamente no desenvolvimento.

Tipos de relatórios

Relatório de gestão anual – elaborado em período regulares (em geral, um ano civil, fiscal, financeiro); nas empresas, é exigido por lei o estatuto, sendo destinado aos sócios acionistas ou à população (empresas estatais).
Relatório de inquérito (policial, administrativo, etc.) – elaborado, eventualmente, para fins de investigação, de estudo de normas de procedimento, de relato de visita.
Relatório parcial – elaboração para abranger uma fração de exercício ou de gestão (mensal, trimestral, semestral).
Relatório de rotina – elaborado em função da rotina de trabalho de gerência, chefia e equivalentes.
Relatório de pesquisa – elaborado por profissional técnico ou científico, ao final da pesquisa (laboratório, campo, gabinete).
Relatório científico – elaborado por pesquisadores científicos, em função de atividades acadêmicas ou para divulgação em revistas científicas.
Modalidades de redação no relatório
Normalmente, num relatório, são usadas as três modalidades de redação: a descrição (de objetos, de procedimentos, de fenômenos), a narração (de fatos ou ocorrências) e a dissertação (explanação didática, argumentação).

É evidente que a redação deve ser clara, coerente e pautar-se pelo uso da norma culta escrita.

4.3- Aviso

É um documento escrito por meio do qual as empresas e instituições transmitem informações, ordens, convites, notificações a empregados ou a terceiros com quem elas tenham interesse em comum.

Como fazer?
-Deve ser escrito em papel timbrado (com a marca da instituição);
-Deve conter apenas o teor da comunicação. O conteúdo deve ser escrito em linguagem e objetiva, para que não haja dúvidas quanto à interpretação;
• Sua estrutura é bem simples:
a) Título, que é a palavra AVISO (em letras maiúsculas);
b) Indicação da pessoa a quem se destina o aviso;
c) Texto contendo a mensagem;
d) Fecho simples (dispensável conforme o caso);
e) Local e data;
f) Assinatura, nome e qualificação (cargo) ou identificação do responsável.


Modelo de aviso:

AVISO

AOS ESTUDANTES DO BECO DA CULTURA

As Diretorias das Escolas do Beco da Cultura levam ao conhecimento de todos que, a partir do próximo mês de abril, darão inicio à pintura externa dos muros das escolas, e desejam informar àqueles estudantes que realizarão pinturas, desenhos e artes nestes, com a intenção de decorar e personalizar o patrimônio escolar que é de todos nós, que devem comparecer à Diretoria no dia 1ode Abril para acertarmos as atividades e materiais.

Atenciosamente,

Salvador, 22 de março de 2002.

(assinatura das diretoras das Escolas do Beco)
Maria Gersilda das Neves, etc.
Diretora da Escola Sorrindo e Educando.


OBS: este tipo de aviso acima pode ser distribuído individualmente ou afixado em local considerado visível pelos interessados, como os quadros de aviso.




MODELO DE AVISO PRÉVIO: DISPENSA DO EMPREGADO SEM JUSTA CAUSA.


Salvador, ...../..../.....
Prezado
Sr. José da Silva
C.T.P.S no......, série.....Ba

Ref. AVISO PRÉVIO

Servimo-nos da presente para comunicar a V.Sa. que, a partir do dia .../.../..., seus serviços não mais serão utilizados por esta instituição, valendo esta carta como Aviso Prévio de 30 (trinta) dias, de acordo com o que determina a legislação trabalhista vigente, a ser cumprido na forma da letra ... do quadro abaixo.
Solicitamos seu comparecimento em nosso escritório no dia .../.../..., às ...horas, munido de sua CTPS, a fim, de receber seus direitos, conforme determina a legislação em vigor.

Atenciosamente,

(carimbo e assinatura da Instituição)

ciente: .../.../...
(assinatura do empregado)

FORMA DE CUMPRIMENTO:
a) Trabalhar durante 30 (trinta) dias, com redução de acordo com a opção abaixo;
b) Desobrigado do cumprimento (Aviso Prévio Indenizado).
OPÇÃO DE CUMPRIMENTO:
( ) Redução de 2 (duas) horas no inicio do trabalho;
( ) Redução de 2 (duas) horas no final do trabalho;
( ) Trabalho de 23 (vinte e três) dias corridos e os 7 (sete) últimos em descanso;
( ) Descanso nos 7 (sete) primeiros dias e trabalho nos 23 (vinte e três) restantes.

4.4- email

O email torna tudo muito mais fácil e rápido e pode colaborar para criar uma boa imagem profissional. Usando a tecnologia de modo adequado,os resultados podem ser refletidos nos negócios.


12 deslizes no uso do email que podem sabotar sua imagem profissional:

Seu email é tão importante para sua imagem profissional como as roupas que você veste, as cartas que você escreve, a saudação em seu correio de voz e o aperto de mão que você oferece. Se você quiser causar uma boa impressão e construir boas relações de negócio, preste atenção a como você usa o email e evite esses 12 principais deslizes e enganos:
1-Omitir a linha de Assunto. Foi-se o tempo em que o conteúdo da linha de assunto do email era de pouca importância. Não faz nenhum sentido enviar a uma mensagem em que se lê "nenhum assunto"; sua mensagem simplesmente parece ser sobre nada e não merece ser lida. Dado o enorme volume de email que cada pessoa recebe, a linha assunto é essencial se você quiser que sua mensagem seja lida. A linha de assunto se tornou um gancho.
Não usar uma frase com significado na linha de Assunto. O assunto deve dizer claramente qual é o conteúdo de sua mensagem. Seu cabeçalho deve ser pertinente à sua mensagem, não só "Oi" ou "Olá". O destinatário vai decidir a ordem em que ele lê seus emails, baseado em quem enviou e em qual o assunto. Lembre-se que seu email tem uma grande concorrência pela atenção de seu destinatário.
3. Não alterar o cabeçalho da mensagem para refletir o assunto. Por exemplo, se você estiver escrevendo para o desenvolvedor de seu website, seu primeiro cabeçalho poderia ser "conteúdo do website". Porém, à medida em que o site se desenvolve e você envia mais informações, use um cabeçalho adequado para cada mensagem, tais como, "informações de contato", "gráficos", ou "formulários". Não bastar clicar em "responder". Se você incluir mais detalhes no cabeçalho ficará mais fácil para seu destinatário encontrar um documento específico em sua caixa de mensagens, sem ter que abrir todos as mensagens que você enviou. Comece uma nova mensagem sempre que você mudar de assunto.
4. Não personalizar sua mensagem. O e-mail é informal, mas ele ainda precisa de uma saudação inicial. Comece com "Prezado Sr. Luís Peixoto", "Caro Luís", ou, "Olá, Luís" ou somente "Luís". Se você se esquecer de incluir o nome da pessoa pode fazer seu email parecer frio e impessoal.
5. Não atentar ao tom da mensagem. Quando você conversa face a face com outra pessoa 90% da comunicação é não verbal. O e-mail não tem nenhuma linguagem corporal. O leitor não pode ver sua face ou ouvir seu tom de voz, por isso escolher cuidadosamente as palavras é muito importante. Ponha-se no lugar da outra pessoa e pense como suas palavras podem soar e que mensagem ela traz nas entrelinhas.
6. Esquecer de verificar a gramática e erros de digitação. Nos primeiros dias do email, alguém criou a idéia de que essa forma de comunicação não deve ser escrita com rigor. Errado. Tem sim. Seu email leva consigo uma imagem sobre você. Se você não conferir seus emails as pessoas questionarão a qualidade de seu trabalho. Use a pontuação, acentuação correta e sempre confira sua ortografia. Lembre que seu Verificador de Ortografia identificará palavras mal formadas, mas não ponha toda sua confiança nele. Não se pode dizer se você quis dizer "mico" ou "mito", "porca" ou "forca", "nele" ou "dele".
7-Escrever uma mensagem enorme. O email foi desenhado para ser breve. Mantenha sua mensagem curta e direta. Use somente alguns parágrafos, com poucas orações por parágrafo. As pessoas descartam seu email logo que notam uma mensagem muito longa. Se você se achar escrevendo uma mensagem realmente muito longa, pegue o telefone ou marque uma reunião.
8. Encaminhar email sem autorização . A maioria de nós já cometeu esse engano, mas considere esse assunto. Se a mensagem foi enviada para você e só a você, por que você consideraria apropriado repassar isso? Muitas informações delicadas vazaram por causa da falha de julgamento de alguém. A menos que lhe seja solicitado ou que você receba uma permissão, não passe adiante informações que foram destinadas somente a você.
9. Achar que ninguém mais vai ver seu email. Após ter deixado sua caixa postal, você não tem a menor idéia do caminho que seu email vai seguir, quantas cópias dele serão deixadas em servidores ao redor do mundo ou quantas pessoas podem ler seu conteúdo. Não use a Internet para enviar qualquer coisa que você não poderia suportar ver em um outdoor a caminho de trabalhar no dia seguinte. Use outro meio de comunicação para tratar de informações pessoais ou sensíveis.
10. Deixar de assinar suas mensagens. Sempre informe seu nome no final de suas mensagens, mesmo que ele já seja incluído no topo do email, e inclua informações de contato como seu telefone, fax e endereço postal. O destinatário pode querer ligar para informações adicionais ou enviar documentos que não podem ser anexados a um email. Crie um bloco de assinatura formal com todos esses dados é a abordagem mais profissional.
11. Esperar uma resposta imediata. Nem todos ficam sentados na frente de um computador com o programa de email ligado. A beleza da comunicação via Internet é sua conveniência. Ela não é intrusiva. As pessoas podem verificar seu email quando for mais apropriado para elas, não para você. Se sua mensagem é tão importante que você precisa da resposta logo em seguida, use o telefone.
12. Completar a linha "Para" muito cedo. Informar o destinatário de sua mensagem deve ser a última coisa a fazer ao escrever um email. Antes disso, verifique tudo. Verifique a gramática e a ortografia. Verifique a pontuação e a clareza da mensagem. Verifique se todo o assunto foi abordado. Verifique se o tom de sua mensagem está de acordo com sua intenção ao escrever a mensagem. Verifique se incluiu o anexo que precisa enviar. Se você informar o nome do destinatário antes de compor sua mensagem, seu menor deslize pode enviar a mensagem antes da hora, sem lhe dar a chance de corrigir o engano.

4.5- Requerimento

É um documento no qual o interessado, depois de se identificar e se qualificar, faz sua solicitação à autoridade competente. Só é usado ao se dirigir ao serviço público.
Possui características próprias, como: após o vocativo, deixam-se aproximadamente dez linhas ou espaços e o corpo, espaço destinado ao despacho da autoridade competente, finalizando com pedido de deferimento à solicitação, data, após exposição." (Cleuza G. Gimenes Cesca, in Comunicacão Dirigida na Empresa.)

O requerimento é um instrumento do cidadão, nele se faz a solicitação de um direito que a pessoa, grupo de pessoas ou empresa considera tê-lo. Não há necessidade de ser datilografado, pode ser manuscrito.
O famoso abaixo-assinado, muito usado pelo povo e por organismos populares, é um requerimento de caráter coletivo. Como nele vão muitas assinaturas, o espaçamento entre as partes do requerimento pode ser menor. Mas, cuidado! Não assine nada em branco, exija que o texto do abaixo assinado esteja expresso na folha em que você for colocar sua assinatura.


Modelo 1:
Exmo. Sr. Secretário de Esportes da Prefeitura Municipal de Campinas.
(10 espaços)
Indústria ABC, localizada na rua Acácia nº 500, Bairro São João, nesta cidade, inscrita no C.G.C. 48.784.943/0001-08 e Inscrição Estadual nº 244.152.262, vem requerer a V.Exa. a cessão do Centro Esportivo do Jardim Santo Antônio para a realização do 1º Campeonato Esportivo Interno de seus funcionários, nos dias 16 e 17 de março próximo, das 8 às 18 horas, em virtude de não possuir espaço físico adequado.
(3 espaços)
Nestes termos,
pede deferimento.*
(3 espaços)
Campinas, 13 de fevereiro de 2000.
(3 espaços)
Assinatura
* "Nestes termos, pede deferimento" pode ser eliminado.

Modelo 2
Exmo. Sr. Prefeito Municipal de Araçatuba
(10 espaços)
Nós, abaixo-assinados, moradores do Conjunto Habitacional Hilda Mandarino, vimos requerer de V.Exa. o asfaltamento das ruas do conjunto habitacional com urgência, pois em dias secos a poeira invade as casas, prejudicando a saúde das pessoas, e em dias chuvosos, suas vias públicas ficam intransitáveis, até para os ônibus da TUA.
(2 espaços)
Nestes termos,
pedimos deferimento.*
Araçatuba, 7 de março de 2000
(2 espaços)
Assinatura:
Endereço:
Assinatura:
Endereço:
(sucessivamente)
* "Nestes termos, pedimos deferimento" pode ser eliminado.

Proposta de redação
Faça um requerimento dirigido ao prefeito de sua cidade solicitando revisão em seu carnê de IPTU, pois você não concorda com os critérios estabelecidos.


4.6- Ata

É um documento que registra resumidamente e com clareza as ocorrências, deliberações, resoluções e decisões de reuniões ou assembléias.
Deve ser redigida de tal maneira que não seja possível qualquer modificação posterior. Para evitar isso deve ser escrita:

- sem parágrafos ou alíneas (ocupando todo o espaço da página);
-sem abreviaturas de palavras ou expressões;
- números escritos por extenso;
- sem rasuras nem emendas;
- sem uso de corretivo
- com verbo no tempo pretérito perfeito do indicativo;

Se o relator cometer um erro, deve empregar a partícula retificativa digo, como neste exemplo: “Aos vinte dias do mês de março, digo, de abril, de mil novecentos e noventa e seis...”
Quando se constatar erro ou omissão depois de lavrada a ata, usa-se em tempo: “Em tempo: Onde se lê março, leia-se abril”.

Modelo de ata
Data, horário, local e objetivos
Aos quatorze dias do mês de outubro de mil novecentos e noventa e seis, com início às vinte horas, no salão de festas da Escola Estadual Duque de Caxias, sita na Avenida Tocantins, número duzentos e doze, Porto alegre, realizou-se uma reunião de todos os alunos da oitava série da escola, com o objetivo de preparar as festividades de conclusão do primeiro grau.
O presidente, a secretária da reunião e as pessoas presentes
A reunião foi presidida pelo líder da oitava série A, José Luís Lousada, tendo como secretária a líder da oitava série B, Andréia Passos. Contou com a participação de oitenta e dois alunos, dos professores conselheiros das três turmas e da vice-diretora, Fabíola Barreto.
Relato da reunião propriamente dita.
Inicialmente, José Luís Lousado solicitou à vice-diretora que comunicasse as providências administrativas e o andamento legal referente ao término do primeiro grau. Foi esclarecido que os alunos de oitava série encerrariam o ano e fariam as recuperações juntamente com os demais alunos da escola, e que a direção pensava oferecer um coquetel no encerramento do ano letivo para alunos e professores da oitava série, ocasião em que os alunos receberiam o histórico escolar. A data para isso deveria ser escolhida nesta reunião. Após ouvir variadas sugestões e opiniões, o presidente da reunião solicitou que fossem votados dois itens: a escolha da data e se a entrega dos históricos escolares teria a presença dos pais, com homenagem a alguns professores. Alguns alunos inscreveram-se para defender diferentes pontos de vista sobre a conveniência ou não de se realizar uma reunião formal no encerramento do primeiro grau. Após debatidas as idéias apresentadas, José Luís Lousado encaminhou a votação, que obteve o seguinte resultado: cerimônia formal para entrega dos históricos escolares e posterior coquetel: cinqüenta e sete votos favoráveis e vinte e cinco contra; entrega informal com coquetel; vinte e cinco votos favoráveis e cinqüenta e sete contra. Em seguida, apreciadas as datas sugeridas, foi escolhido por unanimidade, o dia quinze dezembro para a realização do evento, com início às vinte horas.
Enceramento
Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada por mim, Andréia Passos, secretária, pelo presidente da reunião, pela vice-diretora e pelos professores.



PARTE IV- Leitura e interpretação de textos

Interpretar exige raciocínio, discernimento e compreensão do mundo.

A interpretação de textos é de fundamental importância . Você já se perguntou por quê? Há alguns anos, as provas de Português, nos principais vestibulares e concursos do país, traziam uma frase, e dela faziam-se as questões. Eram enunciados soltos, sem conexão, tão ridículos que lembravam muito aquelas frases das antigas cartilhas: "Ivo viu a uva". Os tempos são outros, e, dentro das modernas tendências do ensino de línguas, fica cada vez mais claro que o objetivo de ensinar as regras da gramática normativa é simplesmente o texto. Aprendem-se as regras do português culto, erudito, a fim de melhorar a qualidade do texto, seja oral, seja escrito.


Texto 1- para as questões 1 a 8:

1º Uma diferença de 3.000 quilômetros e 32 anos de vida separa as margens do abismo entre o Brasil que vive muito, e bem, e o Brasil que vive pouco, e mal. Esses números, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, e pela Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco, referem-se a duas cidades situadas em pólos opostos do quadro social brasileiro. Num dos extremos está a cidade de Veranópolis, encravada na Serra Gaúcha. As pessoas que nascem ali têm grandes possibilidades de viver até os 70 anos de idade. Na outra ponta fica Juripiranga, uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Lá, chegar à velhice é privilégio de poucos. Segundo o IBGE, quem nasce em Juripiranga tem a menor esperança de vida do país: apenas 38 anos.
§2º A estatística revela o tamanho do abismo entre a cidade serrana e a sertaneja. Na cidade gaúcha, 95% das pessoas são alfabetizadas, todas usam água tratada e comem, em média, 2.800 calorias por dia. Os moradores de Juripiranga não têm a mesma sorte. Só a metade deles recebe água tratada, os analfabetos são 40% da população e, no item alimentação, o consumo médio de calorias por dia não passa de 650.
§3º O Brasil está no meio do trajeto que liga a dramática situação de Juripiranga à vida tranqüila dos veranenses. A média que aparece nas estatísticas internacionais dá conta de que o brasileiro tem uma expectativa de vida de 66 anos.
§4º Veranópolis, como é comum na Serra Gaúcha, é formada por pequenas propriedades rurais em que se planta uva para a fabricação de vinhos. Tem um cenário verdejante. Seus moradores - na maioria descendentes de imigrantes europeus - plantam e criam animais para o consumo da família. Na cidade paraibana, é óbvio, a realidade é bem diferente. Os sertanejos vivem em cenário árido. Juripiranga não tem calçamento e o esgoto corre entre as casas, a céu aberto. Não há hospitais. A economia gira em torno da cana-de-açúcar. Em época de entressafra, a maioria das pessoas fica sem trabalho.
§5º No censo de 1980, os entrevistadores do IBGE perguntaram às mulheres de Juripiranga quantos de seus filhos nascidos vivos ainda sobreviviam. O índice geral de sobreviventes foi de 55%. Na cidade gaúcha, o resultado foi bem diferente: a sobrevivência é de 93%.
§6º Contrastes como esses são comuns no país. A estrada entre o país rico e o miserável está sedimentada por séculos de tradições e culturas econômicas diferentes. Cobrir esse fosso custará muito tempo e trabalho.
(Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-7 - com adaptações)

1 - Qual é a opinião defendida pelo autor?
2- Qual estratégia argumentativa o autor utilizou para defender sua tese?

3-Os 32 anos referidos no texto como um dos indicadores do abismo existente entre as cidades de Veranópolis e Juripiranga corresponde à diferença entre:

a) suas respectivas idades, considerando a época da fundação
b) as idades do morador mais velho e do mais jovem de cada cidade
c) as médias de idade de seus habitantes
d) a expectativa de vida das duas populações
e) os índices de sobrevivência dos bebês nascidos vivos.

4-Segundo o texto, Veranópolis e Juripiranga encontram-se em pólos opostos. Assinale a única opção cujos elementos não caracterizam uma oposição entre essas duas cidades:
a) Norte x Sul d) Verdejante x Árido
b) Serra x Sertão e) Plantação x Consumo
c) Dramática x Tranqüila

5- Analise as afirmações abaixo e assinale V para as que, de acordo com o texto, considerar verdadeiras e F para as falsas:
( ) A cidade paraibana não tem sequer a metade dos privilégios de que goza
a cidade gaúcha.
( ) O Brasil, como um todo, encontra-se numa posição intermediária entre as
duas cidades.
( ) Apesar de afastadas pelas estatísticas, Veranópolis e Juripiranga se
unem pelas tradições culturais.
( ) Embora com resultados diferentes, a base da economia das duas cidades
é a agricultura.
( ) De seus ancestrais europeus os sertanejos adquiriram as técnicas rurais.
A seqüência correta é:

a) V - V - V - F - F d) F - F - V - F - V
b) V - V - F - F - F e) F - F - V - V - V
c) V - V - F - V – F

6- "Cobrir esse fosso custará muito tempo e trabalho." O fosso mencionado no texto diz respeito ao (à):
a) abismo entre as duas realidades
b) esgoto que corre a céu aberto
c) calçamento deficiente das estradas brasileiras
d) falta de trabalho durante a entressafra
e) distância geográfica entre os dois pólos

7-Numa análise geral do texto, podemos classificá-lo como predominantemente:
a) descritivo d) narrativo
b) persuasivo e) sensacionalista
c) informativo

8-Em "a cidade de Veranópolis, encravada na Serra Gaúcha"... e "A estrada ... está sedimentada por séculos...", os termos sublinhados alterariam o sentido do texto se fossem substituídos, respectivamente, por:
a) cravada e assentada d) enfiada e fixada
b) fincada e estabilizada e) escavada e realçada
c) encaixada e firmada

Texto II- Instruções para as questões de números 9 e 10. Essas questões referem-se a compreensão de leitura. Leia atentamente cada uma delas e assinale a alternativa que esteja de acordo com o texto apresentado. Baseie-se exclusivamente nas informações nele contidas.

Para fazer uma boa compra no ramo imobiliário, não basta ter dinheiro na mão. É imprescindível que o comprador seja frio, calculista e bem informado. Na hora de comprar um imóvel, a emoção é um dos maiores inimigos de um bom negócio. Assim, por mais que se goste de uma casa, convém manter sempre um certo ar de contrariedade. Se o vendedor perceber qualquer sinal de emoção, isso poderá custar dinheiro ao comprador. Não é por outra razão que quem compra para especular ou apenas para investir costuma conseguir um melhor negócio do que quem está à procura de um lugar para morar.

9. Segundo o texto:
a. Os vendedores, via de regra, buscam ludibriar os compradores, e vice-versa.
b. O vendedor costuma aumentar o preço do imóvel quando o comprador não está bem informado sobre o mercado de valores.
c. O mercado imobiliário oferece bons investimentos apenas para quem pretende especular.
d. No ramo imobiliário, uma atitude que aparente indiferença pode propiciar negócio mais vantajoso para o comprador.
e. No mercado imobiliário, o comprador realiza melhor negócio adquirindo uma propriedade de que não tenha gostado muito.
10. Segundo o mesmo texto:
a. Quanto maior a disponibilidade financeira do comprador, maior a probabilidade de sucesso no negócio imobiliário.
b. Disponibilidade econômica não é o único fator que possibilita a realização de um bom negócio.
c. O vendedor, por preferir negociar com investidores, desfavorece o comprador da casa própria.
d. Gostar de uma casa é psicologicamente importante em qualquer tipo de compra, seja ela para residência ou para investimento.
e. O mercado imobiliário oferece oportunidades mais seguras para o investidor que para o especulador.

Texto III- Leia atentamente: "Nas carreiras em que o número de inscritos for inferior ao triplo do número de vagas oferecidas, todos os candidatos inscritos serão convocados para a 2a fase, independentemente do comparecimento à 1a fase ou do resultado obtido." (Manual de Informações da Fuvest, 1980). Segundo o texto acima, pode-se dizer que:
11-
a. Todos os candidatos serão convocados para a 2a fase, independentemente do resultado obtido na prova da 1a fase
b. Serão impedidos de comparecer à prova da 1a fase os candidatos às carreiras em que o número de inscritos for inferior ao triplo do número de vagas
c. Os candidatos serão convocados tanto na 1a quanto na 2a fase desde que correspondam à terça parte do total de inscritos
d. O candidato pode comparecer tão-somente a 2a fase dos exames, desde que, na carreira por ele escolhida, o número de inscritos não seja superior ao triplo do número de vagas
e. O número de vagas oferecidas na 2a fase é o triplo do número oferecido na 1a fase, independentemente das notas obtidas na carreira escolhida

Texto IV- Leia o texto com atenção

Uma das facetas mais interessantes da globalização é o incrível aumento do investimento estrangeiro em países como o Brasil. No começo da década passada, o país recebia menos de 1 bilhão de dólares por ano em investimento direto. Esse número está hoje na casa dos 30 bilhões anuais. É claro que as nações ricas sempre investiram nas mais pobres – há razões econômicas de sobra para que façam isso. A novidade é a participação cada vez maior das empresas globais nesse processo. Muito mais do que as antigas multinacionais, os novos conglomerados exploram as potencialidades
específicas de cada país, sendo cada vez mais eficientes. Nesse contexto, não existe mais a figura da filial que mantém linhas de produtos ultrapassados nos países periféricos. Agora, todos participam da ponta tecnológica.
(Adaptado de Exame, 1/11/2000,p.139)

12- Assinale a opção que está em desacordo com as idéias do texto.

a- Quando as multinacionais agiam, mantinham filiais com produtos tecnologicamente ultrapassados ou de menos qualidade nos países pobres.
b- Empresas globais são conglomerados.
c- O aumento do investimento estrangeiro em países como o Brasil impede sua participação no avanço tecnológio.
d- Há uma diferença entre empresas globais e multinacionais.
e- O investimento estrangeiro anual no Brasil cresceu na última década.

Texto V- 13- Assinale a opção que apresenta a idéia central do texto.

O melhor gasto social que existe hoje – sem prejuízo de todos os outros – é o utilizado no esforço de estender a educação ao maior número possível de pessoas. O Brasil vem apresentando bons progressos nesse campo. Há, hoje, pela primeira vez na história do país, a perspectiva real de universalizar o ensino fundamental. Mas é preciso sempre lembrar que o resto do mundo não está parado esperando o Brasil resolver os seus problemas. A educação também vem sendo melhorada lá fora. Portanto, é preciso apressar o passo. Enquanto o Brasil não conseguir se equiparar aos países mais avançados nessa área, os benefícios da globalização continuarão aquém do que é possível e desejável. (Adaptado de exame, 1/11;2000)

a- O resto do mundo avança muito na área da educação e o Brasil já está se equiparando aos países mais desenvolvidos.
b- O Brasil vem apresentando grandes progressos na universalização do ensino fundamental.
c- Para que o Brasil obtenha os benefícios da globalização é preciso continuar investindo cada vez mais em educação.
d- A globalização no Brasil prescinde da equiparação dos esforços em educação.

Texto VI- 14- assinale a opção que apresenta inferência coerente com as idéias do texto.

Recentemente, à revelia do Governador de Minas Gerais, que havia vetado o projeto, foi implantado no estado um “Código de Defesa do Contribuinte” – que está sendo chamado de “código do sonegador” - , cujos efeitos já se fazem sentir com a paralisação de boa parte das atividades de fiscalização. Até algumas empresas idôneas já perceberam que aquele código só vai beneficiar o sonegador, favorecendo conseqüentemente a concorrência predatória. Por isso já estudam medidas judiciais visando a sua revogação. (Folha de São Paulo, 19/8/2000)
a- O governador de Minas Gerais está em posição favorável ao projeto do código de defesa do contribuinte.
b- O código de defesa do contribuinte, em Minas Gerais, tornou as atividades de fiscalização mais ágeis.
c- Há ironia quando se chama o código de defesa do contribuinte de “código do sonegador”.
d- As empresas que sonegam impostos estudam medidas judiciais para revogar o código de defesa do contribuinte.




Texto VII
VOCÊ ESTÁ DESPEDIDO!

Você é diretor de uma indústria de geladeiras. O mercado vai de vento em popa e a diretoria decidiu duplicar o tamanho da fábrica. No meio da construção, os economistas americanos prevêem uma recessão, com grande alarde na imprensa. A diretoria da empresa, já com um fluxo de caixa apertado, decide, pelo sim, pelo não, economizar 20 milhões de dólares. Sua missão é determinar onde e como realizar esse corte nas despesas.
Esse é o resumo de um dos muitos estudos de caso que tive para resolver no mestrado de administração, que me marcou e merece ser relatado. O professor chamou um colega ao lado para começar a discussão. O primeiro tem sempre a obrigação de trazer à tona as questões mais relevantes, apontar as variáveis críticas, separar o joio do trigo e apresentar um início de solução.
"Antes de mais nada, eu mandaria embora 620 funcionários não essenciais, economizando 12 200 000 dólares. Postergaria, por seis meses os gastos com propaganda, porque nossa marca é muito forte. Cancelaria nossos programas de treinamento por um ano, já que estaremos em compasso de espera. Finalmente, cortaria 95% de nossos projetos sociais, afinal nossa sobrevivência vem em primeiro lugar". É exatamente isso que as empresas brasileiras estão fazendo neste momento, muitas até premiadas por sua "responsabilidade social".
Terminada a exposição, o professor se dirigiu ao meu colega e disse:
- Levante-se e saia da sala.
- Desculpe, professor, eu não entendi - disse John, meio aflito.
- Eu disse para sair desta sala e nunca mais voltar. Eu disse: PARA FORA! Nunca mais ponha os pés aqui em Harvard.
Ficamos todos boquiabertos e com os cabelos em pé.
Nem um suspiro. Meu colega começou a soluçar e, cabisbaixo, se preparou para deixar a sala. O silêncio era sepulcral.
Quando estava prestes a sair, o professor fez seu último comentário:
- Agora vocês sabem o que é ser despedido. Ser despedido sem mostrar nenhuma deficiência ou incompetência, mas simplesmente porque um bando de prima-donas em Washington meteu medo em todo mundo. Nunca mais na vida despeçam funcionários como primeira opção. Despedir gente é sempre a última alternativa.
Aquela aula foi uma lição e tanto. É fácil despedir 620 funcionários como se fossem simples linhas de uma planilha eletrônica, sem ter de olhar cara a cara para as pessoas demitidas. É fácil sair nos jornais prevendo o fim da economia ou aumentar as taxas de juros para 25% quando não é você quem tem de despedir milhares de funcionários nem pagar pelas conseqüências. Economistas, pelo jeito, nunca chegam a estudar casos como esse nos cursos de política monetária.
Se você decidiu reduzir seus gastos familiares "só para se garantir", também estará despedindo pessoas e gerando uma recessão. Se todas as empresas e famílias cortarem seus gastos a cada previsão de crise, criaremos crises de fato, com mais desemprego e mais recessão. A solução para crises é reservas e poupança, poupança previamente acumulada.
O correto é poupar e fazer reservas públicas e privadas, nos anos de vacas gordas para não ter de despedir pessoas nem reduzir gastos nos anos de vacas magras, conselho milenar. Poupar e fazer caixa no meio da crise é dar um tiro no pé. Demitir funcionários contratados a dedo, talentos do presente e do futuro, é suicídio.
Se todos constituíssem reservas, inclusive o governo, ninguém precisaria ficar apavorado, e manteríamos o padrão de vida, sem cortar despesas. Se a crise for maior que as reservas, aí não terá jeito, a não ser apertar o cinto, sem esquecer aquela memorável lição: na hora de reduzir custos, os seres humanos vêm em último lugar. Stephen Kanitz

15- Após a leitura do texto, responda:

a) Quais foram as propostas de John para resolver o problema sugerido pelo professor?
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b) No texto em análise, Kanitz faz uma crítica às empresas brasileiras. Que crítica é essa?
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c) O que o professor queria ensinar para a turma ao “despedir” John?
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d) Stephen Kanitz propõe uma solução para o problema. Qual solução é esta?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________

e) Faça uma apreciação crítica a respeito do texto.
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Bibliografia


ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 12.ed. São Paulo: Ática, 2004.
CÂMARA JUNIOR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita.19.ed.ver. Rio de Janeiro:
Record,1999.
CUNHA e CINTRA, Celso e Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 3.ed. – Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 13. ed. São Paulo:
Atlas,1999.
MEDEIROS, João Bosco. Redação empresarial. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1998

Dados profissionais

Mauro Simões de Sant’Ana

Graduado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Especializado em Lingüística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Mestre em Lingüística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Doutorando em Lingüística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Professor de Língua Portuguesa e Redação desde 1998

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Celular: (21) 95727282
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